Imagens aéreas mostram devastação de incêndios nas margens da BR-262, em Corumbá

O bioma acumula 2.527 focos de queimadas em junho e 530 mil hectares consumidos pelas chamas em 2024

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(Foto: Henrique Arakaki, Jornal Midiamax)

Chegar ao Pantanal, seja por terra ou ar, é sempre uma experiência de contemplação. A abundância do bioma costuma encher os olhos, mas nesta quinta-feira (27) equipe do Jornal Midiamax se deparou com outro cenário. No lugar do verde, a chegada a Corumbá, distante 450 km de Campo Grande, é marcada pelos tons terrosos e cinza.

Na última sexta (21), a reportagem presenciou as chamas altas que consumiam as margens da BR-262, ao se despedir da cidade branca. Passados seis dias, o Pantanal ainda queima. Os incêndios naquela região estão controlados, mas a natureza não é mais a mesma.

O bioma acumula 2.527 focos de queimadas em junho e 530 mil hectares consumidos pelas chamas em 2024. Por sorte, o clima ajudou e os incêndios estão contidos nesta sexta-feira (27). A chegada de uma frente fria não trouxe chuva, mas elevou a umidade e ajudou no combate.

Contrastes em uma semana

No curso da rodovia, também são nítidas as mudanças entre uma semana e outra. A partir do trecho conhecido como ‘Buraco das Piranhas’, densa cortina de fumaça encobre a pista e prejudica a visão e respiração de quem trafega por ali.

Nos quilômetros seguintes, o cinza nas duas margens e alguns focos de incêndio que resistem são companhias até a área urbana de Corumbá.

Nas fazendas às margens da rodovia, em trechos onde o fogo não chegou, a construção de aceiros é estratégia de produtores para que as chamas não invadam as propriedades. Por causa da seca, açudes abertos aos montes estão disponíveis para o gado que pasta em meio à fumaça.

Autoridades intensificam apoios ao Pantanal

Com o avanço das chamas, que ganharam as capas de jornais pelo Brasil e mundo na última semana, a ajuda também foi mobilizada para ir ao Pantanal. Nesta semana, o Governo Federal anunciou o envio de 80 agentes da Força Nacional para Corumbá.

Além disso, a União afirma que mobilizou 14 aeronaves, sendo seis do Ibama e do ICMBio já em operação. Cerca de 250 profissionais do governo federal atuam em campo no Pantanal, incluindo brigadistas e equipes do Ibama, do ICMBio e da Marinha.

O efetivo será reforçado nos próximos dias por mais 50 brigadistas do Ibama e 60 agentes da Força Nacional. Na sexta-feira (28), está prevista a visita de três ministros (Meio Ambiente, Justiça e Planejamento) a Corumbá.

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