Favela onde bebê indígena morreu de desnutrição está entre as cinco mapeadas pelo IBGE

Área tem 954 habitantes e também abriga imigrantes venezuelanos e haitianos

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Interior de barraco onde mora uma família de 4 pessoas no Santa Felicidade (Foto: Marcos Morandi)

Dourados aparece em segundo lugar na listagem das cidades de Mato Grosso do Sul mapeadas pelo Relatório do Censo 2022 divulgado na sexta-feira (8) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) com favelas em área urbanas.

No maior município do interior de MS foram identificadas cinco: Santa Felicidade, com 924 moradores; Vitória, com 535; Estrela do Sul, com 241; Toca do Saci, com 168; e Ibiza, com 97 habitantes.

O Censo de 2022 identificou ainda 709 domicílios nas favelas e comunidades urbanas de Dourados, dos quais 686 são domicílios particulares permanentes, sendo 604 ocupados e 50 vagos. Domicílios de uso ocasional somam 32, enquanto 23 são classificados como domicílios particulares improvisados.

Na comunidade Santa Felicidade, moram também imigrantes venezuelanos e haitianos, além de algumas famílias indígenas desaldeadas, entre elas, a do bebê indígena que morreu de desnutrição e desidratação grave em maio de 2023. O caso ganhou repercussão nacional.

Em MS ao todo foram mapeadas 31 favelas, que apresentam diversas carências. Em relação ao saneamento, apenas 7,66% dos domicílios nessas áreas têm rede geral de esgoto, rede pluvial ou fossa ligada à rede; 63,15% possuem fossa séptica ou filtro não conectado à rede; 28,77% utilizam fossa rudimentar ou buraco; e 0,37% dependem de vala para descarte de esgoto.

“Achava que ele fosse melhorar”

A mãe do menino relata que fazia três dias que a criança estava vomitando com frequência, porém ela não percebeu que a situação era grave. “Vi que ele estava bem ruinzinho, não queria beber leite, mas achava que ele fosse melhorar”, disse a indígena desaldeada, que deixou a criança sob os cuidados de uma tia na parte da manhã.

“Fui a pé até uma agência da Caixa Econômica para receber o dinheiro do auxílio, que não é suficiente para comprar os alimentos para as crianças. Quando cheguei ele tinha piorado. Aí chamei a ambulância, mas não deu tempo”, contou a mãe à reportagem do Jornal Midiamax.

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