Trabalhadores de bancos estão em época de negociação salarial, pedindo reajuste de 5% de ganho real e, como forma de protesto aos altos lucros das instituições financeiras realizam um protesto nesta segunda-feira (19). Em Campo Grande, há distribuição de cachorro-quente, refrigerante e água.
O protesto dos trabalhadores de Campo Grande acontece em frente ao Banco do Bradesco da Avenida Afonso Pena com a avenida Calógeras e é chamado de ‘cachorrada dos bancos’. A ideia é pressionar as instituições financeiras a apresentarem uma proposta de reajuste salarial que valorize a categoria.
“Hoje é um dia de mobilização nacional. Protestando contra os bancos, fechamento de agências e as demissões que afetam o atendimento aos clientes”, explica o secretário-geral do sindicado dos bancários, Vicente Cleber Aires Rodrigues.
Bancos de Campo Grande estão adesivados para chamar a atenção para a demanda dos trabalhadores. Apesar do protesto, o atendimento deve ocorrer normalmente nesta segunda-ferira.

Protesto contra lucro dos bancos
Os trabalhadores protestam contra os altos lucros dos bancos, enquanto os trabalhadores sentem as consequências de corte de gastos. Nos três primeiros meses de 2024, os bancos obtiveram lucros de- R$ 29 bilhões.
“Em 2023, os cinco maiores bancos do Brasil, juntos, tiveram um lucro de R$ 108,6 bilhões. Nos últimos 10 anos, o lucro deles cresceu 169% acima da inflação e a rentabilidade média do setor é de 15% acima da inflação, muito maior que a dos bancos de outros países como os EUA (6,5%) e Inglaterra (9%). Então, com todos esses excelentes resultados, não há justificativa para não trazerem respostas para o reajuste dos bancários”, afirma Rubens Jorge Alencar, presidente do sindicato.
Há dois meses, a categoria bancária está em negociação com a Fenaban (Federação dos Bancos) e reivindica reposição da inflação e aumento real de 5% nos salários, na PLR e demais verbas econômicas da Convenção Coletiva de Trabalho dos Bancários. Além disso, os trabalhadores buscam garantir melhores condições de trabalho e a manutenção dos direitos conquistados.
Os bancários também denunciam a postura dos bancos em fechar agências e postos de trabalho, precarizando o atendimento da população. Segundo um levantamento do Dieese, o setor bancário fechou, em todo país, pouco mais de 6 mil postos de trabalho em 2023 e, desde 2019, encerrou mais de 3 mil agências bancárias.

“É inadmissível que os bancos, enquanto amontoam lucros bilionários, promovam o desmonte do atendimento bancário no país. O fechamento de agências e as demissões em massa são um ataque direto à população, especialmente àqueles que mais precisam dos serviços bancários. É preocupante ver um setor tão importante, que obtém lucros exorbitantes ano após ano, não dar sua contribuição para a manutenção do emprego no país”, destacou Rubens.