Dono de fazenda acusado da morte de 268 bois é reincidente em maus-tratos

Mesmo após repercussão do caso, o proprietário segue descumprindo compromissos assumidos de melhoria

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Animais estavam em fazenda próxima ao Rio Taquari (Foto: Divulgação PMA)

O fazendeiro preso e multado em R$ 2 milhões pela morte de 268 bovinos em propriedade localizada em Rio Verde, a 194 quilômetros de Campo Grande, é reincidente em caso de maus-tratos a animais. De acordo com a Iagro-MS, mesmo após repercussão do caso, o proprietário segue descumprindo compromissos assumidos de melhoria.

Em nota técnica divulgada na segunda-feira (16), a Iagro (Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal de Mato Grosso do Sul) afirma que “há tempos vem adotando medidas sanitárias nas propriedades rurais do homem, bem como a aplicação de penalidades, em razão do descumprimento das normas sanitárias”.

A Iagro-MS ainda afirma que em nenhum momento o proprietário demonstrou interesse em buscar a resolução das infrações cometidas ao longo de anos. Prova disso é que no dia 10 de setembro, a Iagro-MS voltou à propriedade em Rio Verde e constatou que nenhuma providência foi adotada.

Devido ao cenário, a Iagro afirma que tem se mobilizado com as forças policiais e Ministério Público, a fim de “buscar a resolução da situação de maus-tratos aos animais o quanto antes, pois trata-se de um crime gravíssimo contra os animais que ali se encontram”.

Crime de maus-tratos

O flagrante de bois atolados em meio ao lamaçal ocorreu no dia 5 deste mês, quando pescadores que estavam no Rio Taquari viram os animais mortos nas margens do rio. Durante patrulhamento fluvial feito pela Polícia Militar Ambiental, foi constatado que havia 11 cabeças de bovinos atoladas e mortas à margem esquerda do Rio Taquari.

Quando os policiais entraram na fazenda, foi observado um estado extremamente caótico de abandono. O solo da propriedade não tinha pasto, e também não foi localizado água para os animais que na tentativa de descer o leito do rio, fracos, debilitados por falta de alimentação, atolavam e morriam.

Na fazenda, havia 984 cabeças de gado, sendo 268 mortas e 716 em situação de maus-tratos e risco iminente de morte. Segundo a polícia, os animais estavam bastante magros, debilitados, fracos, agonizantes a ponto da exposição de sua estrutura óssea, desnutridos e sem provisão de água e sal, sobretudo, da falta de feno, indisponibilidade de pasto, ou outro suplemento.

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