A Coordenadoria da Defesa Civil de Campo Grande emitiu alerta de riscos trazidos por nova onda de calor no município. O aviso foi emitido nesta quarta-feira (4). Conforme a publicação, a população também deve estar atenta, pois o aviso classifica a situação como ‘perigosa’, devido à baixa umidade relativa do ar, que deve variar entre 20% e 12% ao longo do dia.
Na terça-feira (3), a temperatura passou dos 40°C em algumas cidades, enquanto a umidade relativa do ar chegou a impressionantes 7%. A temperatura máxima variou entre 37°C e 40°C e a umidade mínima entre 7% e 15%, informou o Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia).
Enquanto o calor atinge altas temperaturas em pleno inverno, a umidade relativa do ar chega a níveis baixíssimos. Paranaíba e Três Lagoas registraram a marca de 7% de umidade do ar, a menor do país. Mas a maior parte dos municípios registrou umidade menor de 10%.
O alerta, que começou a valer às 13h e se estenderá até às 19h de hoje, destaca os riscos potenciais tanto para a saúde quanto para o meio ambiente.
Com a umidade em níveis críticos, a cidade enfrenta um cenário propício ao surgimento de incêndios, além de problemas como ressecamento da pele, irritações nos olhos, boca e nariz, que podem causar desconforto generalizado.
Diante desse quadro, a Defesa Civil recomenda medidas preventivas para minimizar os impactos da baixa umidade. Entre as principais orientações estão:
- Hidratação constante: é crucial beber bastante líquido durante todo o dia, mesmo sem sentir sede, para evitar a desidratação.
- Cuidados com a exposição solar: a exposição ao sol nas horas mais quentes do dia deve ser evitada. A recomendação é buscar locais frescos e sombreados, principalmente entre 10h e 16h.
- Atividades físicas: não é recomendado realizar atividades físicas intensas, especialmente ao ar livre, durante o período de alerta.
- Cuidados com a pele e ambiente: a utilização de hidratantes para a pele é indicada para prevenir o ressecamento.
- Também é aconselhável manter os ambientes internos umidificados, utilizando toalhas molhadas ou aparelhos umidificadores.
Alerta do Inmet
Nesta quarta-feira (4), o Inmet renovou alerta não somente para o tempo seco e onda de calor, que deixa a temperatura 5°C acima da média. Mato Grosso do Sul continua sob alerta de perigo vermelho, de maior severidade, para a baixa umidade relativa do ar, que deve prevalecer abaixo dos 12% em quase todo o Estado.
Diante disso, os órgãos de saúde orientam a população a redobrar os cuidados, evitar exposição ao sol nos horários mais quentes, bem como atividade física de alta intensidade em qualquer horário.
Defesa Civil reforça importância de não colocar fogo em terrenos e materiais
Por conta dos longos períodos de estiagem e baixos índices de umidade relativa do ar, o chefe da Coordenadoria Municipal de Proteção e Defesa Civil, Anderson Adolfo Scipião, reforça a importância de a população não utilizar fogo para a queima de qualquer tipo de material.
“Esse hábito de queimar o lixo em casa representa um perigo, pois, com as rajadas de vento, fagulhas podem ser levadas para áreas onde a vegetação está extremamente seca e desencadear incêndios de grandes proporções, causando prejuízos imensuráveis para a fauna e a flora”, explicou.
Ele reforça, ainda, o quanto os incêndios pioram a qualidade do ar, contribuindo para o aumento de casos de problemas respiratórios.
“É essencial que todos adotem as medidas recomendadas para garantir a segurança e o bem-estar durante esse período de calor extremo”, pontua Anderson.
A Defesa Civil orienta que, em caso de dúvidas ou emergências, a população pode entrar em contato pelo telefone 199.
Como denunciar incêndios em terrenos
Em muitos casos, há um temor em denunciar o vizinho ou proprietário do terreno sujo por risco de represálias. Entretanto, a pasta afirma haver o disque denúncia pelo telefone 156, onde o morador pode formalizar a reclamação de forma anônima referente à queimada urbana.
Quando se tratar de ocorrência relacionada ao ato de provocar a queima de resíduos, a orientação é que seja efetuada a denúncia imediatamente aos órgãos de segurança pública, para ser efetuado o flagrante. Pois, assim, será possível a correta identificação do autor da queimada.
Além disso, os moradores sofrem um ato infracional, um crime ambiental. Se identificarem o infrator em flagrante, podem responsabilizá-lo e conduzi-lo à Decat (Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes Ambientais e de Atendimento ao Turista), o órgão responsável pela repressão aos crimes ambientais.
Os dados estatísticos indicam que, de janeiro a junho de 2024, ocorreram 71 incêndios, dos quais 11 tiveram vítimas. Apesar dos danos, o número é menor do que no ano anterior, quando foram registrados 128 incêndios, resultando em cinco incidentes com vítimas. Isso representa uma redução de 44,53% nas ocorrências totais.
No entanto, considerando todos os casos em todo o Mato Grosso do Sul, houve um aumento anual de 314,06%, saltando de 128 ocorrências em 2023 para 530 no mesmo período deste ano. Os incêndios com vítimas aumentaram de cinco para 61, correspondendo a um aumento de 1120%.
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