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Cotidiano

Com greve deflagrada, paralisação das aulas pode afetar mais de 25 mil estudantes da UFMS

A paralisação das aulas depende de cada curso, mas os docentes não são obrigados a aderir à greve
Lethycia Anjos -
UFMS Campo Grande
UFMS Campo Grande (Divulgação)

Após nove anos, professores da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul) deram início a greve na última quarta-feira (1°). O movimento visa à recomposição salarial, ou seja, a correção dos salários conforme com a inflação, além de melhorias nas condições de trabalho e educação pública de qualidade.

O movimento grevista nacional ganhou adesão de 39 instituições federais em todo o país, de acordo com um levantamento do Andes (Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior). Em Mato Grosso do Sul, a greve pode afetar mais de 25 mil estudantes matriculados em 138 cursos na instituição.

Durante uma reunião realizada na terça-feira (30), a Adufms (Associação dos Docentes da UFMS) protocolou as orientações do Comando de Greve junto à UFMS e solicitou a suspensão do calendário acadêmico, proposta que foi veementemente rejeitada pela reitoria.

Na ocasião, o reitor Marcelo Turine destacou que essa reivindicação deve ser formalizada por escrito para inclusão na pauta do Conselho Universitário.

A paralisação das aulas depende de cada unidade e curso, mas nenhum docente/curso é obrigado a aderir à greve. Na sexta-feira (3), professores devem se reunir com a Adufms para votar a adesão à greve.

Também na terça-feira, a Fenasps (Federação Nacional de Sindicatos de Trabalhadores em Saúde, Trabalho, Previdência e Assistência Social) participou da segunda reunião da CPST (Mesa Específica e Temporária da carreira da Previdência, Saúde e Trabalho), onde o Governo Federal manteve a proposta de reajuste zero para o ano de 2024.

Grupo de trabalho acompanhará greve

UFMS Campo Grande
Reunião entre a UFMS (Divulgação)

Com a deflagração da greve, o reitor Marcelo Turine decidiu criar um grupo de trabalho para tratar do movimento grevista dos professores, assim como realizado com o movimento de greve dos servidores técnicos-administrativos.

A decisão, comunicada pelo reitor na reunião com o Comando Geral de Greve dos Docentes da UFMS, contou com a participação de cinco representantes da universidade, nove representantes do movimento de greve dos professores e um representante do DCE (Diretório Central dos Estudantes).

Conforme a UFMS, o atual cenário de deflagração de greve nacional dos servidores da Carreira do Magistério Superior pode incluir os professores da UFMS no movimento de greve a partir desta quinta-feira (2).

Professores rejeitam proposta de reajuste

Votação sobre a greve (Lethycia Anjos, Midiamax)

Em assembleia realizada no dia 23 de abril, o professor e candidato à reitoria, Marco Aurélio Stefanes, detalhou a proposta anunciada pelo Governo Federal, que prevê um reajuste entre 12,8%, para o primeiro nível da carreira, a 16,1%, para professores titulares.

“Em 2025 e 2026 houve uma alteração dessa proposta, de 9% em janeiro de 2025, e 3,5 em maio de 2026. Mantendo o auxílio de alimentação de 58%, auxílio-creche e auxílio de saúde que varia dependendo de algumas faixas”, explicou.

Além disso, o ministério da Gestão apresentou um reajuste nos steps, ou seja, nos aumentos concedidos com a progressão entre os diferentes níveis da carreira. O percentual atual é de 4,0% na progressão de professores das classes Adjunto e Associado. Com a proposta, o novo percentual será de 4,5%, contra os 5% solicitado pelo Andes.

A proposta anterior previa reajuste dos benefícios em 2024, 4,5% em 2025 e 4,5% em 2026. No entanto, a categoria argumenta que a proposta para este ano não atende aos aposentados. Os docentes defendem ainda que o reajuste de 9% até 2026 aprofundaria as perdas.

“Chegaríamos em 2027 com praticamente o mesmo índice de perda. A proposta é inadmissível, mesmo que nos tivéssemos um baixo índice de perda, nos já sairemos com perdas em torno de 12%”, disse a presidente da Adufms, Mariuza Guimarães, durante assembleia.

Na nova proposta de reajuste e reestruturação, o Governo afirma que os aumentos salariais para os trabalhadores chegariam a 24,4% entre 2025 e 2026. Assim, atendendo à demanda das entidades.

“Considerando os 9% concedidos em 2023, os TAES terão reajustes variando de 23,0% a 35,6%, que superam a inflação esperada entre 2023 e 2026 e asseguram ganhos reais para os trabalhadores”, destaca a proposta.

Greve dos técnicos-administrativos

Paralisação dos servidores (Nathalia Alcântara, Midiamax)

Desde o dia 14 de março, servidores técnicos-administrativos da UFMS deliberaram pela adesão à paralisação nacional da categoria. Em Mato Grosso do Sul, a greve atinge diversos setores da universidade, enquanto a categoria reivindica melhores condições de trabalho.

A UFMS conta com mais de 1.700 técnicos-administrativos que desempenham diversas funções como vigilante, auxiliar administrativo, psicólogo, assistente social, físico, etc.

Os servidores também reivindicam o reajuste salarial, que, segundo eles, está defasado em relação a outros setores do funcionalismo federal. Em contrapartida, o governo propôs uma oferta de reajuste de 9%, parcelado em dois anos (2025 e 2026) sem reajuste em 2024.

Conforme o Sista-MS (Sindicato dos Trabalhadores em Educação), a categoria pede reajuste de 10,5% em 2024, 10,5% em 2025 e outros 10,5% em 2026. As tratativas começaram em outubro de 2023. Em fevereiro deste ano, o Governo Federal enviou contraproposta de 4,5% em 2025 e 4,5% em 2026.

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