Com chuvas abaixo da média em março, índices de seca avançam em Mato Grosso do Sul
Ao todo, 33 cidades registraram chuvas abaixo do esperado para o mês
Karina Campos –
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A análise da precipitação durante o mês de março em Mato Grosso do Sul indica que 33 cidades registraram chuvas abaixo da média histórica e apenas 13 com volume acima do esperado. Essa condição favoreceu o avanço da seca no Estado.
O balanço do Cemtec (Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima) mostra que a maior parte do Estado registrou chuvas entre 0 e 80 milímetros, abaixo da média, principalmente nas regiões centro-sul, leste e sudoeste. Por outro lado, ao norte, extremo norte e nordeste do Estado, as chuvas ficaram acima da média histórica, com acumulados entre 120 e 240 mm.
Com relação aos dias chuvosos, nas regiões centro-sul, oeste e sudeste do Estado, de 20 a 31 dias apresentam chuvas abaixo de 1 mm. Enquanto nas regiões norte e nordeste, ocorreram chuvas acima de 1 mm durante 15 dias do mês.
Entre as cidades com menos chuva, Jardim registrou acumulado de apenas 18,6 mm, o que representa 86% abaixo do esperado. Já o município de Sonora pontuou 390 mm de chuva acumulada, 106% acima da média histórica.
O Cemtec explica que a média histórica é baseada nos dados climatológicos da estação meteorológica do Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia), localizada na Embrapa Gado de Corte em Campo Grande, com referência de 1981 a 2010. Comparando com a média, a cidade ficou 87% abaixo do que era esperado para março de 2024.
Temperatura e seca
A maior temperatura registrada foi de 39,7°C nos dias 14 e 13 de março, em Iguatemi e Três Lagoas, respectivamente. A menor umidade relativa do ar registrada foi de 22% em Jardim no dia 2. Já a maior rajada de vento observada foi de 100,4 km/h no município de Iguatemi no dia 21.
Laguna Carapã registrou a menor temperatura, de 17,3°C no dia 26 de março.
No geral, comparado ao mês anterior, o monitoramento ressalta que houve uma intensificação das condições de seca no Estado. Nas três escalas, observa-se intensidade na categoria seca, indicando déficit de precipitação.
As regiões mais críticas continuam sendo leste, sudeste, central, pantaneira e bolsão, onde os valores variam entre -1.3 a < -1.6, sendo observado nas escalas do SPI (Índice Padronizado de Precipitação).
Na escala de 12 meses, observam-se condições de secas mais intensas nas regiões central, leste e nordeste do estado. Por outro lado, em municípios da região norte do estado houve uma desintensificação nas condições de secas devido à ocorrência de chuvas significativas.
“No Mato Grosso do Sul, devido às chuvas abaixo da média histórica, houve o avanço das secas fraca e moderada no centro-sul”, aponta o relatório.
Por enquanto, não há municípios classificados nos índices de seca grave, extrema e excepcional.
Nível dos rios
O mês de março apresentou valores de precipitação acima da média histórica em 4 das 13 estações com dados de monitoramento. Os pontos de monitoramento com maior precipitação foram as estações Coxim e Pousada Taiamã, registrando, respectivamente, 51% e 62% de precipitação acima do esperado. Em contrapartida, as estações localizadas nos rios Paraguai, Aquidauana/Miranda registraram valores de precipitação bem abaixo das médias históricas.
As estações com menores índices de precipitação foram a estação Porto Esperança, Porto Murtinho e Palmeiras, registrando apenas 3,9%, 9,85 e 11,1% do esperado para o mês de março. Todos os rios estão com níveis inferiores às médias históricas para esta época do ano, com exceção dos rios Taquari e Aporé, monitorados pelas estações Coxim e Cassilândia.
Esperado para os próximos meses
Na média histórica da precipitação acumulada, esperada para o trimestre de maio a julho, as chuvas variam entre 50 e 200 mm na metade norte e nas regiões sul, sudeste e sudoeste entre 200 a 400 mm. Por outro lado, nas regiões noroeste e nordeste do estado a precipitação acumulada varia entre 50 e 100 mm.
Segundo o modelo de monitoramento, os índices de precipitação acumulada para o trimestre indicam que as chuvas ficarão abaixo da média histórica no Estado.
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