Com altas temperaturas no outono, entenda os riscos da nova onda de calor em MS
O Estado estará no epicentro do fenômeno até o dia 2 de maio
Karina Campos –
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Geralmente, o outono tem características de temperaturas mais amenas e queda de folhas. Essa estação também é conhecida como a das frutas, com diversas espécies de árvores dando frutos no período. Entretanto, o que Mato Grosso do Sul enfrenta desta quarta-feira (24) até o dia 2 de maio será o contrário: altas temperaturas e clima desértico.
Conforme o monitoramento do Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia), os termômetros devem ficar 5°C acima da média para o período. O Estado está no epicentro do fenômeno por três dias consecutivos.
O ClimaTempo explica que a quarta onda de calor deste ano está associada a uma área de alta pressão na média atmosfera, que atuará como um bloqueio atmosférico. Este sistema favorece a manutenção do ar seco e quente, que provoca altas temperaturas.
Uma área de alta pressão na média ganhará força sobre áreas do Mato Grosso do Sul e Paraná, e lentamente migrará para o leste do Sudeste do país entre o fim de abril e início de maio. Como este sistema ficará praticamente estacionado sobre áreas do Centro-Sul brasileiro por uma sequência de dias, ele atuará como um bloqueio, dificultando a chegada de frentes frias para o Centro-Oeste e Sudeste, resultando na manutenção do ar seco e intensificação do ar quente.
Cuide-se
Apesar de altas temperaturas serem comuns ao longo do ano, a onda de calorão que deve elevar os termômetros para quase 45°C em Mato Grosso do Sul nesta semana é considerada atípica. Países que enfrentaram intensas massas de calor semelhantes registraram mortes por hipertermia. Portanto, profissionais de saúde indicam hábitos que podem amenizar o desconforto nesse período no Estado.
Manter a hidratação é a principal recomendação da OMS (Organização Mundial da Saúde). A nutricionista Jackeline Stacy de Alcântara explica que nos períodos de altas temperaturas o corpo segue a natureza de tentar regular a temperatura, sendo assim, esse processo exige mais do metabolismo, que precisa eliminar mais água para o controle.
“O ideal seria focar na hidratação, tomar bastante água e não vale o tereré, sucos de preferência da fruta, chás gelados, mas evitando os diuréticos, como o hibisco, chá-verde, cavalinha, etc., frutas com bastante teor de água também são ótimas, por exemplo, a melancia, melão, laranja e abacaxi. Aumentar o consumo de legumes e verduras é importante também porque são alimentos fontes de alguns minerais que perdemos com o excesso de transpiração, além de facilitar a digestão”.
A profissional também recomenda evitar os alimentos embutidos, industrializados com teor alto de sódio, carboidratos, frituras e gorduras, pois tendem a atrapalhar a digestão. “A ideia em geral é focar em uma alimentação mais leve, para auxiliar no aumento de energia, disposição e hidratação nesses dias de calor intenso”, reforça.
Idosos e crianças sofrem mais
Intensificar a atenção na alimentação e hidratação de idosos e crianças é essencial nesta semana, já que são mais vulneráveis. A nutricionista Luciane Gonzalez diz que é importante observar a quantidade de líquido que essa faixa etária consome, pois, geralmente, crianças ingerem água quando é oferecida ou sentem muita sede, já os idosos tomam pouca água.
Ela sugere a quantificação de líquido e monitoramento para que crianças e idosos fiquem bem hidratados. “Optar também pelas frutas da época e com maior quantidade de água. É importante saber que a hidratação reflete na ingestão hídrica e também na umidade do ambiente, pois em casos onde o ambiente é sem umidade adequada necessitamos de maior quantidade de água. Por isso, em ambientes com ar-condicionado e ambientes com umidade do ambiente baixa, manter umidificador ligado o tempo todo”, explica.
Caso a água não agrade o paladar da criança ou idoso, a recomendação da profissional é ter alternativas como sucos naturais, água gasificada e saborizada, frutas com maior quantidade de líquido e evitar alimentos industrializados.
“Alimentos gelados são mais refrescantes, colaborando com a melhora da temperatura corporal. Além disso, precisamos ficar atentos para as pessoas que não falam, como os acamados, pessoas com demência ou outras doenças neurológicas com suor excessivo, boca seca, urina concentrada, pois são sinais de desidratação. Sinais como boca seca, urina concentrada e ficar mais de seis horas sem urinar são sinais preocupantes, ou algum problema de disfunção do próprio organismo, ou baixa ingestão hídrica”.
Cuidados com a pele
Há um mito que relaciona mínima exposição direta ao sol sem prejuízo à pele, mas a dermatologista Gabriely Lessa Sacht explica que não existe uma quantidade de tempo fixo para tal dano na pele, mas há orientação para evitar o máximo possível estar exposto ao sol das 10h às 15h.
“Sempre que estiver exposto, deve usar filtro solar ou roupas de proteção e manter uma boa hidratação bebendo água. O intervalo entre a reaplicação de filtros solares é o mesmo para qualquer idade, quando expostos ao ar livre, reaplicar a cada duas horas durante o dia. Se estiver em lugares fechados, reaplicar a cada quatro horas durante o dia. Lembrando que os bebês menores de seis meses não podem usar filtros solares, devendo usar roupas e chapéus protetores quando estiverem expostos ao sol”.
A hidratação aliada ao uso de protetor solar com FPS maior ou igual a 30 em áreas de pele exposta, quando a roupa não cobre, podem garantir mínimas de bem-estar e proteção durante a onda de calor.
“Para esse período de clima muito quente também é importante reforçar o uso de roupas leves e que permitam a transpiração, como roupas de algodão, pois são importantes para a regulação da temperatura do corpo e manutenção da hidratação”.
Reduza a intensidade do exercício físico
Joni Guimarães, vice-presidente do CREF11-MS (Conselho Regional de Educação Física da 11ª Região de Mato Grosso do Sul), relata que o profissional da área deve ficar atento às recomendações e reduzir os impactos de saúde ao aluno. Há sugestões para evitar exposição ao sol em horários mais quentes, reduzir a intensidade dos exercícios físicos e redobrar a hidratação durante a atividade.
“Os professores devem orientar o aluno a se proteger do sol, usar a cobertura como o boné, roupas leves e com tecido tecnológico com proteção UV. Os exercícios em espaços de crossfit ou funcional a céu aberto devem evitar exposição ao sol, fazer exercícios em lugares arborizados e com sombra, com intensidade baixa. Dentro da academia, por conta da baixa umidade, é recomendável que os proprietários coloquem algum tipo de umidificador que jogue água no ar. Algumas academias contam apenas com o ar condicionado, que retira a umidade, as academias que têm [devem] colocar alguns pontos de água para umidificar o local, um vaporizador ou climatizador a base de água”.
Ainda segundo ele, o professor de educação física que atua com crianças e adolescentes deve aumentar a hidratação durante as atividades nas escolas. “Sabemos que não é uma grande quantidade de uma vez que hidrata, mas aquela pequena por várias vezes ao longo do dia”.
Pets também precisam de cuidados
Além de gerar desconforto aos seres humanos, as condições climáticas extremas impactam os pets, que podem sofrer com o calor excessivo.
Por terem mecanismos de regulação de temperatura diferentes dos nossos, os animais são mais sensíveis ao calor do que os humanos, o que torna essencial que tutores tomem cuidados específicos durante esse período de calor intenso.
Conforme a Subea (Subsecretaria do Bem-Estar Animal), a temperatura normal dos animais é um pouco mais elevada do que a dos humanos, 38 para gatos e 39 graus para cães. Por possuírem menos glândulas sudoríparas, a capacidade de perda de calor é reduzida, dificultando a regulação da temperatura corpórea.
Cães e gatos trocam calor com o ambiente por meio da boca e focinho, ao respirarem rápida e superficialmente (ofegar), eles liberam vapor de água. Ao contrário do que muitos pensam, não é preciso estar muito calor ou submeter os animais a corridas sob o sol escaldante para desencadear problemas.
Veterinário da Subea, Edvaldo Sales, ressalta que o superaquecimento pode ocorrer durante uma simples brincadeira ou um passeio normal na rua.
“Qualquer animal pode ter um episódio de hipertermia, mas o tutor deve ter atenção redobrada com animais idosos e braquicefálicos (cães de focinho curto, como Pugs e Buldogues)”.
Prevenção
Com as altas temperaturas, medidas simples podem evitar episódios de superaquecimento do animal.
- Deixar água limpa e fresca pela casa;
- Não deixar a casinha do animal exposta ao sol e calor;
- Evitar passeios entre às 10h até as 16h;
- Mantê-los em ambiente limpo e ventilado.
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