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Cotidiano

“Chega de podridão”: moradores marcam protesto para cobrar investigação sobre fedor no Nova Campo Grande

Moradores querem pedir providências às autoridades sobre o mau cheiro que castiga os bairros da região
Thalya Godoy, Monique Faria -
Moradores do Nova Campo Grande sofrem com fedor há anos. (Nathalia Alcântara, Jornal Midiamax)

Moradores do Nova marcaram, para domingo (25), um protesto contra o mau cheiro que castiga a região. “Chega de podridão”, diz o cartaz que convida a população a participar da manifestação. A concentração será às 08h, no cruzamento da Avenida Cinco com a Duque de Caxias. 

O ponto de encontro fica próximo a uma planta frigorífica da JBS, apontada pelos moradores como uma das possíveis empresas responsáveis pelo fedor. O Midiamax mostrou, recentemente, que o mau cheiro do local teria deixado de ser pontual e se tornado recorrente na região, despertando a população até de madrugada devido ao odor nauseante. 

Os moradores querem cobrar providências das autoridades competentes sobre a fiscalização e se a fonte do mau cheiro que assola a região Imbirussu há muitos anos estaria ligado ao frigorífico e/ou a outras empresas que atuam na área.

O DAEX- (Departamento Especial de Apoio às Atividades de Execução do Ministério Público de Mato Grosso do Sul) deve realizar uma vistoria para verificar o forte odor vindo dessa empresa. 

Um relatório do Imasul (Instituto de de Mato Grosso do Sul) teria apontado que o fedor era inerente às atividades do frigorífico, mas o MPMS deve conduzir uma vistoria devido às denúncias dos moradores sobre o local. 

“Não podemos ficar à mercê de uma situação como esta que, além de ser uma falta de respeito com os moradores, pode implicar em questões de saúde pública, já que não se sabe o que está sendo atirado no ar e é respirado por nós”, explica a vice-presidente da Associação dos Moradores do Nova Campo Grande, Fábia Britez. 

Qual a causa do fedor?

Quem mora há muitos anos em bairros próximos ao Núcleo Industrial atribui o forte odor à queima de ossos que ocorre no frigorífico da multinacional. 

“Normalmente, o mau cheiro começa esse horário [16h] e vai até à noite. De manhã e de tarde um pouco, depois eles começam a queimar os ossos, parece. Quando o vento vem para cá, a gente sente bastante”, contou um morador da Avenida Cinco com a Avenida Oito. 

Um engenheiro ambiental consultado pelo Midiamax, que pediu para não ser identificado, explicou que o forte odor é comum em frigoríficos em que há a graxaria, em que se cozinha ossos para fabricação de farinhas e óleo para enriquecer ração animal.

Contudo, os moradores querem que outras empresas de outros setores também sejam investigadas para saber se há uma ou mais fontes do forte odor.

Outra possível fonte mencionada pela população seriam as lagoas de tratamento de resíduos de algumas empresas.  

“Tem uma lagoa aqui no frigorífico [da JBS] e quando o vento está de lá para cá fica insuportável. Não é todo dia, mas tem dia que começa cedo e vai até à noite”, contou um morador da Rua 34, no Nova Campo Grande. A via é paralela à Avenida Cinco, onde está a lagoa. 

O engenheiro ambiental explica que essas lagoas podem emitir mau cheiro em uma intensidade que poderia ser sentida em bairros mais distantes, a depender do tratamento. 

“Depende dos e sua direção, mas à noite as lagoas desprendem lodo do fundo devido a troca térmica”, explica. 

Uma forma de amenizar a fedentina seria com o uso de aeradores. “Eles aumentam a eficiência do tratamento e reduz drasticamente o odor. Mas também deve ser verificado primeiramente o pretratamento, peneiras e flotadores”, aponta. 

Uma consultora em indústria de alimentos explicou que, geralmente, há até 3 lagoas que recebem a água que foi utilizada na indústria para tratamento. 

“Nessas lagoas, os microorganismos atuam na decomposição da matéria orgânica que é gerada durante o abate, resultando em uma água tratada que é destinada a higienização de caminhões boiadeiros e lavagem de pátio”, detalha. 

Contudo, ela pontua que essas lagoas de tratamento de resíduos atendem normas do Imasul e da Semadur (Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano). 

Embaixo dessas lagoas há uma lona feita de um material chamado Pead (Polietileno de alta densidade) que atua de forma impermeabilizante. “Embaixo delas possui uma lona grossa específica para uso para não contaminar solo. São realizadas análises constantemente”, ela enfatiza. 

O Midiamax solicitou uma nota para a JBS sobre o assunto. O espaço continua aberto para manifestações.

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