Caso de Febre Oropouche é registrado pela primeira vez em Mato Grosso do Sul

Paciente de 42 anos, moradora de Campo Grande, possivelmente foi picada pelo mosquito quando esteve na Bahia

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Mosquito transmissor da Febre Oropouche (Reprodução, Conselho Federal de Farmácia)

Um caso de Febre do Oropouche foi registrado pela primeira em Mato Grosso do Sul nesta quarta-feira (2). A informação foi divulgada pela SES (Secretaria de Estado de Saúde).

A paciente é uma mulher de 42 anos, que mora em Campo Grande. Entretanto, o ‘Local Provável de Infecção’ é na Bahia. Conforme a gerente técnica estadual de Doenças Endêmicas da SES, Jéssica Klener, trata-se de um caso alóctone.

“O caso registrado em Mato Grosso do Sul está sendo tratado como alóctone, que é quando a doença é importada de outra localidade. A paciente em questão fez uma viagem à Bahia recentemente. O Estado [da Bahia] tem mais de 600 casos confirmados neste ano”, explica Jéssica.

Conforme publicado pelo Jornal Midiamax no mês passado, a doença já estava no radar da SES por conta do alto número de registros no Brasil. A arbovirose é semelhante à dengue e chikungunya.

A transmissão da Febre Oropouche é feita principalmente por mosquitos. Depois de picar uma pessoa ou animal infectado, o vírus permanece no sangue do mosquito por alguns dias. Quando esse mosquito pica outra pessoa saudável, pode transmitir o vírus para ela.

Por conta da confirmação, a Saúde tomou uma série de ações complementares em conjunto com os municípios. A SES sistematizou as informações dos casos suspeitos e confirmados (deslocamentos, sintomas, quadro clínico etc.) e coleta de amostras de outros pacientes para testagem pelo LACEN (Laboratório Central de Saúde Pública de Mato Grosso do Sul).

A Gerência elaborou uma nota técnica para os municípios para orientar os profissionais de saúde quanto às ações de vigilância, prevenção e controle da Febre Oropouche no Estado.

O que é Febre Oropouche?

A Febre do Oropouche é uma doença causada por um arbovírus, que foi isolado pela primeira vez no Brasil em 1960. Desde então, casos isolados e surtos foram relatados no Brasil, principalmente, nos estados da região amazônica. Também já foram relatados casos e surtos em outros países das Américas Central e do Sul (Panamá, Argentina, Bolívia, Equador, Peru e Venezuela).

Existem dois tipos de ciclos de transmissão da doença:

  • Ciclo Silvestre: Nesse ciclo, os animais como bichos-preguiça e macacos são os hospedeiros do vírus. O mosquito Culicoides paraenses, conhecido como maruim ou mosquito-pólvora, é considerado o principal transmissor nesse ciclo.
  • Ciclo Urbano: Nesse ciclo, os humanos são os principais hospedeiros do vírus. O mosquito Culicoides paraenses também é o vetor principal.

Sintomas

Os sintomas da Febre do Oropouche são parecidos com os da dengue e da chikungunya: dor de cabeça, dor muscular, dor nas articulações, náusea e diarreia. Não existe tratamento específico. Os pacientes devem permanecer em repouso, com tratamento sintomático e acompanhamento da rede de saúde.

Casos no país

O Brasil tem observado um grande aumento do número de casos de Febre Oropouche. De acordo com o último boletim do Ministério da Saúde, já são 6.207 casos em 2024. Em 2023, foram 835.

Atualmente, com exceção do Tocantins, todos os estados da região norte registraram casos autóctones (oriundos do mesmo local onde ocorreu a doença).

Dos estados da região extra-amazônica, 5 já registraram casos autóctones, sendo eles Piauí, Bahia, Espírito Santo, Rio de Janeiro e Santa Catarina. O Brasil ainda não registrou nenhuma morte pela doença.

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