Foi finalizado nesta quarta-feira (3) o projeto Wolbachia, que consiste na soltura do mosquito com uma bactéria que pode fazer com que o Aedes aegypti não contraia o vírus da dengue, zika, chikungunya e febre-amarela. Agora, o método será monitorado pelos próximos dois anos para determinar se o “mosquito do bem” foi eficaz na redução das doenças em Campo Grande. A cerimônia foi realizada no Centro de Convenções Arquiteto Rubens Gil de Camilo.

Desde 2020, o Projeto Wolbachia cria uma geração de mosquitos – os wolbitos – incapazes de transmitir essas arboviroses, tornando-os inofensivos. A Capital recebeu a soltura de 112 milhões de insetos, abrangendo 74 bairros e sete regiões. Segundo Veruska Lahdo, Superintendente de Vigilância em Saúde da Sesau, cerca de 950 mil pessoas na área urbana são beneficiadas com a pesquisa.

“A pesquisa se mostrou eficiente em Niterói, no Rio de Janeiro. Estamos no mapa verde da pesquisa. Ainda é cedo para falar em redução de casos de dengue, mas com a bactéria presente no ambiente, espera-se a diminuição no número de casos”.

O projeto é realizado pelo Ministério da Saúde em parceria com a Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz). Luciano Moreira, líder do método, exemplifica que, na captura de 100 mosquitos, 60 são wolbitos. Contudo, o monitoramento será mensal.

(Alicce Rodrigues, Midiamax)

Larissa Castilho, superintendente estadual de Vigilância em Saúde, espera que os resultados representem um avanço para a ampliação no interior de Mato Grosso do Sul.

“O projeto é uma esperança e um avanço no combate às arboviroses. Campo Grande é uma cidade maior, e consequentemente tem maiores índices da doença. O projeto deve aliviar esses números”.

Ampliação

Rivaldo Venâncio da Cunha, representante do Ministério da Saúde, revela que a União deve divulgar no segundo semestre um pacote de financiamento para estratégias na saúde, que inclui o projeto Wolbachia.

“Outras cidades estarão inclusas nesse pacote. Só não é anunciado agora por conta do processo eleitoral”.

‘Wolbitos’

Gabriel Sylvestre, líder de operações do WMP Brasil (World Mosquito Program Brasil), explica que agora a equipe atua para entender se a Wolbachia vai se manter no território e em que nível será o monitoramento epidemiológico.

“A partir de agora vamos entender como será a transmissão no território, mas serão dois anos de análise para começarmos a ter indicadores sobre a redução da dengue em Campo Grande. Mesmo com o método, acredito que nunca podemos ficar tranquilos em relação à dengue, que é um problema complexo e envolve um esforço coletivo de proteção”, explica Gabriel.