Bombeiras de folga salvam homem e bebê no Dia de Finados em Campo Grande

Casos aconteceram em diferentes locais da capital e, por sorte, militares estavam por perto

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Bombeiros durante salvamento de homem (Foto: CBMMS)

O Dia de Finados, ocorrido no último sábado, dia 2 de novembro, foi marcado por duas ocorrências atendidas por duas militares do CBMMS (Corpo de Bombeiros Militar de Mato Grosso do Sul) que estavam de folga. Duas vidas foram salvas por intervenção das profissionais.

Segundo o Corpo de Bombeiros, um homem que estava em parada cardíaca e um bebê que se engasgou receberam atendimento pelas mãos das militares.

Salvamento de homem em parada

Por volta das 10h40 do último sábado, no bairro Jardim Itamaracá, um homem de 49 anos passou mal em uma mercearia. Ao perceber o fato, o dono do estabelecimento ligou para a vizinha, a tenente Edilene Borges, que mora ao lado do local.

Ao chegar à mercearia, a tenente, que estava de folga, avaliou a situação e percebeu que o homem estava sofrendo uma PCR (parada cardiorrespiratória). Caído na calçada, ela iniciou os procedimentos de reanimação.

“Avaliei e identifiquei que estava em PCR. Estava inconsciente, sem pulso, eu já iniciei as manobras de RCP (ressuscitação cardiopulmonar). Ao mesmo tempo, pedi para o meu esposo ligar 193, falei com o atendente e solicitei que enviasse a URSA (Unidade de Resgate e Suporte Avançado)”, conta a militar.

Quando a viatura chegou, foi identificada a possibilidade de usar o desfibrilador e, após a intervenção, a vítima retomou a respiração, necessitando apenas de oxigênio suplementar.

“O mais surpreendente foi que em seguida ele retomou também a consciência. Foi muito emocionante. Na hora eu só pensava em manter ele vivo. É uma sensação de dever cumprido, porque a gente treina e estuda muito para isso”, disse, ainda, Edilene. 

“Mas eu acredito também que Deus realmente me usou como instrumento para salvar uma vida. Isso não tem preço”, descreveu a tenente.

Para ela, o caso ainda reforça a importância das pessoas serem orientadas sobre como fazer uma manobra de ressuscitação, a RCP. 

“Poderia ser uma pessoa civil no meu lugar e mesmo assim conseguir auxiliar até a chegada do socorro”, destacou a tenente. Ela ficou cerca de 20 minutos realizando o procedimento de RCP até a chegada da URSA.

Bebê salva de engasgamento

O segundo caso envolveu a também tenente Simone Oliveira, que é médica da URSA. De folga no sábado, ela foi jantar com a família em um restaurante localizado na Avenida Ceará, em Campo Grande. 

Quando ela se preparava para ir embora do local junto com os filhos e o marido, que também é bombeiro militar, percebeu uma movimentação e ouviu gritos. Nesse momento, eles viram que uma criança estava engasgada e que os pais pediam por socorro. Era uma menina de um ano de idade.

Simone imediatamente foi ao local, colocou a criança nos braços, que já estava desmaiada e com os sinais de PCR. 

Ela iniciou a manobra de heimlich, procedimento indicado em casos de engasgamento, e intercalou o procedimento com as manobras de ressuscitação cardiopulmonar, conseguindo reanimar a criança com sucesso. 

Enquanto ela atendia a menina, o esposo acionou a URSA, que logo em seguida chegou e encaminhou a criança ao hospital.

“Acredito que seja uma mistura de sentimentos. Mas o que se destaca é a gratidão por me usar como instrumento para a vida de muitos nos momentos em que eles mais precisam”, relata a médica.

“E também uma gratidão ao CBMMS, que permite que eu faça parte desta tão honrosa instituição. Resumindo, dever cumprido”, disse a tenente Simone.

Segundo o esposo dela, o subtenente Evandy Segarine, a reação foi imediata. “Nossa reação foi instantânea. Percebemos uma correria, uma gritaria e alguém disse engasgo. Nesse momento a Simone já pegou a criança e iniciou o procedimento, conseguindo reverter a situação”, conta.

Ele ainda destacou a importância dos pais saberem identificar uma Ovace (Obstrução de Vias Aéreas por Corpo Estranho).

“É importante alertar os pais sobre a importância de saber identificar e também de realizar a manobra para OVACE. Porque nessa situação a gente estava ali, mas e se não estivéssemos? Nessas duas ocorrências estavam presentes tanto a tenente Simone, quanto a tenente Edilene, mas nem sempre isso é possível, o que mostra a necessidade de ter pessoas capacitadas”, pontuou.

As duas vítimas foram encaminhadas ao hospital após as ocorrências, e passam bem.

Como proceder nessas situações

Para a população, caso se depare com situações como essa, é importante primeiro tentar identificar o que está acontecendo e imediatamente acionar o socorro pelo telefone 193, número de emergência do Corpo de Bombeiros. 

Por telefone, os atendentes repassam todas as orientações para que o comunicante inicie o primeiro atendimento à vítima até a chegada da unidade de resgate. Os militares lembram que essa atitude pode salvar vidas. 

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