Após 34 horas, indígenas mantêm dois pontos de bloqueio em rodovias na região de Dourados

Protesto contra falta de água nas aldeias teve início às 8 horas de segunda-feira (25) e segue sem previsão de desmobilização

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Policiais acompanham fechamento da MS-156 (Foto: Marcos Morandi, Midiamax)

Passadas 34 horas desde o início do bloqueio na MS-156, em Dourados, os indígenas das aldeias Jaguapiru e Bororó seguem com a rodovia fechada. O protesto teve início às 8h de segunda-feira (25) e, até o final da tarde de terça-feira (26), a estrada, que liga Dourados à cidade de Itaporã, continuava bloqueada.

O bloqueio afeta uma rodovia de grande movimentação, vital para o tráfego entre a cidade de Dourados e a região norte de Mato Grosso do Sul. A principal reivindicação dos manifestantes é a falta de água nas aldeias.

A Polícia Militar Rodoviária segue acompanhando o bloqueio e informou à redação do Jornal Midiamax que, na tarde desta terça-feira (26) o bloqueio seguia ativo e não há informação sobre possível desmobilização por parte dos indígenas.

Segundo a Polícia Militar, seguem bloqueadas a Rodovia MS-156, entre Dourados e Itaporã, em ambos os sentidos, além outro ponto de bloqueio no anel viário, no encontro da MS-162 com a MS-379.

Há equipe policial de plantão nos bloqueios, com cerca de 30 policiais em cada ponto. Os motoristas têm escolhido rotas alternativas, por isso, não há pontos de congestionamento.

Protesto indígena

A falta de água nas aldeias é um problema que se agravou com a seca deste ano. Muitos poços secaram, e a água fornecida por superpoços que alimentam cisternas não tem pressão suficiente para chegar às casas, forçando as famílias a recorrerem a açudes distantes.

Embora a prefeitura de Dourados e o Dsei-MS (Distrito Sanitário Especial Indígena de Mato Grosso do Sul) tenham assinado um Termo de Parceria para solucionar o problema de abastecimento, com a promessa de construção de poços tubulares e fornecimento de água por caminhões-pipa, a população indígena se considera insatisfeita com soluções paliativas. Eles afirmam que as propostas não são suficientes para resolver o problema de forma definitiva.

Em entrevista, o cacique Ramão Fernandes, da aldeia Jaguapiru, destacou que as duas aldeias juntas têm mais de 20 mil moradores, um número maior que a população de várias cidades do estado, e que estão cansados de promessas vazias. Ele afirmou que a comunidade só levantará o bloqueio quando houver um compromisso formal, com documentos assinados pelas esferas federal, estadual e municipal, garantindo que a solução para o fornecimento de água será efetiva e permanente.

A prefeitura de Dourados havia anunciado que a construção de poços e melhorias no abastecimento de água começariam em breve, com recursos já garantidos por emendas parlamentares, como a do senador Nelsinho Trad, que destinou R$ 250 mil para a perfuração de um poço na aldeia Jaguapiru. No entanto, as obras ainda não começaram, e as lideranças indígenas afirmam que, até que isso aconteça, o bloqueio continuará, sem previsão de término.

As obras planejadas incluem a construção de poços e melhorias no sistema de abastecimento de água, mas ainda não têm data definida para início. O documento assinado pelas partes envolvidas estabelece que a prefeitura de Dourados será responsável pela elaboração dos projetos, enquanto o Dsei-MS ficará encarregado da parte técnica.

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