Na despedida de Beto, amigos relembram feitos de ex-superintendente na cultura de MS: ‘pessoa incrível’

Roberto Figueiredo foi assassinado por após se negar a dar R$ 200 para adolescente

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Velório de Beto Figueiredo aconteceu neste sábado (14) | (Henrique Arakaki, Midiamax)

Neste sábado (14), aconteceu o velório de Roberto Figueiredo, ex-superintendente da Cultura e professor universitário. Roberto foi assassinado na madrugada de sexta-feira (13) por um adolescente de 17 anos. No velório estavam presentes familiares, alunos e professores.

Trajetória

Em meio a tristeza e choros de quem estava presente no local, o professor da UCDB (Universidade Católica Dom Bosco) Marcelo Piccolli, colega de Roberto, falou um pouco sobre a trajetória do amigo.

“Falar da história do Roberto Figueiredo, do nosso Betinho, é falar da história do teatro no Mato Grosso do Sul, e falar da história do patrimônio, das lutas pelo fomento da cultura no Estado. O Beto é professor há mais de 40 anos na Universidade. Fundou o grupo Centro Pelé Amâncio em 1982. O grupo tem 42 anos de atividade interrupta, é o mais antigo do Estado. Falar da história do Beto é falar da história da cultura em Campo Grande”.

“Falar da história do Beto é falar da história da cultura em Campo Grande” diz Marcelo (Foto: Henrique Arakaki)

A também professora da UCDB Maria Fernanda Borges Daniel de Alencastro relembra que ele era o único com permissão para chamá-la de Fernandinha. “Ele é meu amigo de uma vida toda. Eu até mexia com ele, falávamos que nós éramos amigos além da vida. Então ele era o único que tinha licença poética de me chamar de Fernandinha. Então ele já me gritava no corredor, ‘Fernandinha, espera aí’”.

A professora ainda conta que após as aulas era comum que ela e Roberto ficassem conversando sobre diversos assuntos.

Perda

Marcelo expressou a tristeza em relação à perda do amigo e sente indignação a perda. “O sentimento é de indignação, incompletação, o porquê. Uma pessoa que nunca fez mal a ninguém, uma pessoa que sempre ajudou, tinha o coração enorme, sempre teve muita preocupação em acolher todo mundo. Então, é uma indignação muito grande, uma pessoa que não merecia”.

“Ninguém merece, mas o Beto não merecia de maneira alguma essa violência toda” destacou Marcelo. Assim como Marcelo, Maria Fernanda também afirmou que Roberto era uma pessoa incrível.

Maria Fernanda e Roberto tinham o costume de conversarem no estacionamento depois das aulas (Foto: Henrique Arakaki)

“Nós todos aqui da universidade estamos sem chão porque ele era um amor. Ele era o Betinho, nosso Beto, uma pessoa muito interessada nas políticas públicas, nas questões existenciais, na alegria de viver. Além de ser um grande escritor e um poeta. Eu o chamava de Caetano, eu falava: ‘o Caetano está lá e você está aqui conosco’”.

Morte

Roberto Figueiredo tinha 63 anos e foi assassinado por um adolescente de 17 anos, na madrugada de sexta-feira (13), em sua casa. O professor tentou se defender e conseguiu ferir o autor do crime antes de ser morto.

O sepultamento ocorre neste sábado, às 10h, no cemitério Jardim das Palmeiras. Durante o velório era possível ver diversas pessoas chorando e se lamentando pela perda de Roberto.

Beto teria sido morto após ele se negar a dar R$ 200 para o adolescente. Um rapaz de 22 anos que estava conduzindo o Jeep Renegade da vítima está preso.

Segundo o Tenente-Coronel Rocha, do Batalhão de Choque da PM (Polícia Militar) que efetuou a prisão do rapaz de 22 anos e apreensão do adolescente, o menor confessou o crime e se demonstrou frio em seu depoimento. Apesar da dinâmica dos fatos, a polícia não suspeita que o crime tenha sido premeditado.

“Falou de uma maneira muito fria, muito covarde. Ele fala que tinha uma relação com a vítima há cerca de cinco meses. Nesta madrugada, ele estava cobrando R$ 200 da vítima, que se negou a pagar, segundo ele”, explicou o comandante do batalhão. 

Nome da Cultura de MS

Encontrado morto na madrugada desta sexta-feira (13), o professor universitário Roberto Figueiredo, de 68 anos, foi superintendente de Cultura em Campo Grande por um ano na gestão da prefeita Adriane Lopes (PP).

Em março de 2023, o professor da UCDB (Universidade Católica Dom Bosco) foi designado como o superintendente de Cultura, na Secretaria Municipal de Cultura e Turismo. Em abril desde ano a exoneração do docente constava em publicação de edição extra do Diogrande.

Roberto também foi diretor da Fundação de Cultura na gestão do ex-prefeito de Campo Grande, Nelsinho Trad (PSD).

Em 2021, Roberto foi homenageado na Alems (Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul) com a comenda “Professora Maria Ildonei de Lima Pedra”, concedida aos profissionais da educação. 

Professor, Roberto Figueiredo era envolvido com diversas atividades artísticas, como o teatro. Ele dirigiu a adaptação de Marcelo Picolli, do clássico ‘Sonhos de Uma Noite de Verão’, de William Shakespeare. Ele também coordenava o grupo teatral da UCDB, ‘Senta que o Leão é Manso’.

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