Onda de violência: Além de MS, Rio Grande do Sul e Paraná registram ataques a comunidades indígenas
Nos últimos dois dias, foram pelo menos seis atentados contra indígenas no Brasil
Fábio Oruê –
Notícias mais buscadas agora. Saiba mais
Além de Mato Grosso do Sul, o Paraná e Rio Grande do Sul também registraram casos de ataques a indígenas em uma crescente onda da violência nos últimos dias. No Estado, Caarapó, Douradina e Dourados foram marcados por confrontos desde domingo (14).
Conforme divulgado pelo Cimi (Conselho Indigenista Missionário), os atentados atingiram a comunidade Pekuruty, do povo Guarani Mbya, no RS, a comunidade Guarani e Kaiowá da aldeia Kunumi Vera, localizada na TI (Terra Indígena), em Dourados e a comunidade Avá-Guarani da aldeia Tatury, parte da TI aldeia Guasu Guavirá, no oeste do Paraná.
Neste final de semana, já haviam sido registrados ataques a outras três comunidades nestes mesmos estados: um contra o povo Kaingang da retomada Fág Nor, em Pontão (RS); outro contra o povo Avá-Guarani dos tekoha Arapoty e Arakoé, também da TI Guasu Guavira; e ainda um terceiro, no território da TI Panambi – Lagoa Rica, em Douradina, contra os Guarani e Kaiowá.
Seis atentados
No total, foram seis atentados contra comunidades indígenas em menos de 48 horas. Pelo menos mais três ataques armados somaram-se aos outros três ocorridos neste final de semana contra comunidades indígenas de três estados do país.
No último sábado (13), a comunidade Pekuruty, localizada no município de Eldorado do Sul (RS), também foi alvo de tiros disparados contra suas casas. Segundo o relato de lideranças Guarani Mbya, era noite quando uma camionete parou no acostamento da BR-290, em frente ao acampamento indígena. Os disparos foram ouvidos em seguida, sucedidos, em poucos segundos, pela saída do carro em alta velocidade.
Sem providência do Estado para a demarcação da terra reivindicada há anos, as famílias de Pekuruty se encontram inseguras e expostas às margens da rodovia. A comunidade, recentemente, foi vítima das enchentes que ocorreram no Rio Grande do Sul e tiveram suas casas destruídas pelo DNIT (Departamento Nacional de Infraestrutura e Transporte) durante o período das chuvas.
No último sábado (13), a comunidade Pekuruty, em Eldorado do Sul, também foi alvo de tiros disparados contra suas casas.
Já na manhã desta segunda-feira (15), a mira se voltou contra os Guarani Kaiowá em Douradina. O ataque se deu após a retomada de parte do território da comunidade. Na ocasião, um grupo de homens armados invadiu o tekoha e disparou contra os indígenas. Uma jovem foi atingida na perna e, até o final da tarde encontrava-se no território, sem atendimento médico.
A situação remete a um outro ataque ocorrido na mesma localidade em 2016. O massacre de Caarapó, como ficou conhecido, se valeu de estratégias semelhantes. Na época, homens armados e uniformizados, em dezenas de caminhonetes, invadiram o território e atiraram contra a comunidade, resultando na morte de Clodiodi de Souza e no ferimento de outras cinco pessoas.
Também nesta segunda foram atacados indígenas Avá-Guarani do tekoha Tatury, que é parte da TI Guasu Guavirá. Espremidos em uma área pequena, os Avá-Guarani decidiram ocupar um pedaço de terra que fica ao lado do tekoha Tatury. Em represália, um grupo de fazendeiros cercou a comunidade e atropelou quatro indígenas, que estão feridos e, até o final da tarde desta segunda-feira, permaneciam sem atendimento.
Os relatos são de que o Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) foi impedido de acessar a retomada. O grupo de agressores mantém o cerco no local e tem condicionado a abertura do bloqueio à saída de todos os indígenas da área retomada.
Escalada da violência
Apesar de serem povos e localidades distintas, as seis comunidades sob ataque possuem algo em comum: nenhuma delas tem seu processo de demarcação concluído. A falta de terra impacta nas condições de vida dos indígenas, expostos à vulnerabilidade social e à violência.
A atual vigência da Lei 14.701, que institui a tese do marco temporal, e a morosidade do Estado tem gerado o sentimento de revolta nos povos originários.
O Cimi denunciou, em nota, os recentes acontecimentos e considerou a “ocorrência de tantos casos de violência, com as mesmas características e num mesmo período, ações criminosas conectadas e articuladas entre si, visando reprimir os povos e afrontar seus direitos”.
Notícias mais lidas agora
- Família procura por irmãos de 5 e 7 anos que desapareceram no Jardim Leblon
- VÍDEO: carro de motorista por aplicativo pega fogo no Tijuca
- ‘Apenas vendedora’, diz ex-miss apontada como membro de quadrilha e acusada de estelionato
- Idoso de 70 anos morre na Santa Casa após cair em hélice de roçadeira em chácara
Últimas Notícias
Polícia localiza na Bolívia as crianças venezuelanas desaparecidas no Jardim Leblon
Crianças foram levadas pelo pai, que é peruano, confirmando hipótese inicial da investigação
Com Mega-Sena, confira os números sorteados nos concursos da Loterias Caixa deste sábado
Números sorteados na Mega-Sena foram 01 – 31 – 38 – 40 – 45 – 60
Atletas de MS brilham na 10.ª etapa do Circuito Nacional de Vôlei de Praia
No Top 16, Arthur Mariano sagrou-se campeão, enquando Vic Lopes ficou com a prata. No Aberto, Aninha ficou com o título da etapa
Domingo terá cinco pontos de interdições em vias para realização de obras e eventos
Trânsito será bloqueado pela Agetran e motoristas são orientados a procurarem rotas alternativas
Newsletter
Inscreva-se e receba em primeira mão os principais conteúdos do Brasil e do mundo.