Abaixo de 12k: Após polêmicas, Aliançados discute encerrar igrejas que faturam menos em MS
Pastor da Aliançados tinha grupo para monitor igrejas que faturavam ‘abaixo dos 12K’ em MS
Fábio Oruê –
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A Igreja Aliançados, alvo de diversas polêmicas nos últimos meses, convocou uma Assembleia Geral Extraordinária para discutir o encerramento de atividades em 19 unidades em Mato Grosso do Sul. Coincidência ou não, algumas dessas igrejas estavam em grupo de WhatsApp que monitorava rendimento de igrejas que faturavam ‘menos de 12K’.
Das unidades que correm risco, oito são em Campo Grande e as demais no interior do Estado. Estará em discussão também o fechamento de uma igreja em Rondonópolis (MT). No interior, as igrejas em Terenos, Corumbá, Dourados, Água Clara, Anastácio, Jardim, Sidrolândia, Aquidauana, São Gabriel do Oeste, Coxim e Fátima do Sul estão na berlinda.
Prints encaminhados ao Jornal Midiamax de um suposto grupo no WhatsApp denominado ‘Igrejas abaixo dos 12K’ mostram o pastor Denilson Fonseca questionando outros pastores sobre o faturamento mensal das unidades. As mensagens são datadas de outubro de 2022.
Entretanto, cinco dos templos relevados nas capturas de tela coincidem com a lista a ser discutida na assembleia. Nas mensagens, é possível ler os supostos faturamentos das unidades de Água Clara (R$ 8 mil), Coxim (R$ 7 mil), Corumbá (7,3 mil), Jardim (R$ 5,3 mil) e Terenos (R$ 10,4 mil).
Por meio do grupo, ele passava orientações sobre como alcançar comerciantes, com base em sua estratégia denominada como “culto, fé e negócio”.
Igrejas ‘elogiadas’ podem ser fechadas
Outra unidade que fazia parte do monitoramento do pastor Denilson é a CCA (Comunidade Cristã Aliançados) de Rondonópolis. Na época, o faturamento de outubro de 2022 teria sido R$ 13 mil – acima dos R$ 12 mil que seriam estabelecidos.
Fonseca chega a parabenizar a unidade pelo faturamento recorde, assim como congratula a CCA de São Gabriel do Oeste. Ele ainda teria dito que as duas unidades deixariam o grupo ‘Igrejas abaixo dos 12K’ em janeiro de 2023. Hoje, as duas correm risco fecharem as portas.
Conforme as denúncias feitas ao Jornal Midiamax em setembro de 2024, incluindo a do pastor Paulo Lemos, que desencadeou uma série de relatos com relação aos abusos de Denilson, o chefe da comunidade era conhecido por constranger pastores que arrecadassem muito menos que outros.
Segundo as afirmações, era comum a comparação e questionamentos em relação aos motivos por alguns arrecadarem menos que determinados colaboradores.
Unidades em Campo Grande
Na Capital, as unidades dos bairros Tijuca, Santo Amaro, Moreninhas, Vida Nova, Futurista, Jardim Imá, Los Angeles e a Young Church, no centro, também foram colocadas para discussão.
O edital convocou todos os membros com direito a voto para participar, no dia 9 de dezembro. Além das já citadas pautas, a assembleia ainda discute a Reforma do Estatuto Social, constituição da congregação da unidade do Coronel Antonino, e a mudança de endereço e endereço fiscal de quatro igrejas.
O Jornal Midiamax entrou em contato com a assessoria do pastor Denilson questionando sobre a motivação do fechamento das unidades, mas não houve retorno até a publicação. O espaço permanece aberto para manifestação.
Aliançados: disputas internas e briga por dinheiro
Acusações contra o líder da Comunidade Cristã Aliançados, pastor Denilson Fonseca, ganharam repercussão midiática nacional, após o pastor Paulo Lemos publicar uma nota oficial sobre seu desligamento da comunidade, que foi acompanhado de assédio moral e destruição de sua imagem.
A nota foi publicada por meio de vídeo em rede social, mobilizando centenas de comentários na postagem, dos quais muitos são de relatos de pessoas que teriam sofrido o mesmo tipo de desmoralização.
Segundo Lemos, nos últimos anos, pelo menos 40 pastores foram demitidos sob o mesmo “modus operandi”. Os afastamentos seriam sempre acompanhados de destruição da imagem do pastor alvo do momento. O motivo? Eles seriam pessoas que ‘sabiam demais’ ou que ganhavam ‘mais visibilidade e fama’ do que deveriam.
A suposta falta de dinheiro em uma das igrejas evangélicas que mais cresceu nos últimos anos em Campo Grande expôs disputas internas e troca de acusações entre os dirigentes da Comunidade Cristã. Esse escândalo vazou e chegou à justiça trabalhista.
Conforme Lemos, o argumento para justificar o suposto assédio moral e a demissão seria a ‘dificuldade financeira’. No entanto, a prosperidade financeira é uma das principais bandeiras da agremiação pentecostal que tem sede suntuosa em Campo Grande.
“Seu problema é ser pastor de pobre”, relataram ex-integrantes da Aliançados sobre as afirmações de Denilson, quando não atingiam o que classificam como ‘metas de arrecadação’ de dízimo.
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