O CPN (Centro de Parto Normal) Magdalena Targa do Nascimento, em Sidrolândia, encerrou as atividades no domingo (30). Ontem foi o último plantão da unidade, que não atenderá mais o público a partir desta segunda-feira (1º).

Foram sete anos de atividade, em que foram realizados 1.829 partos. A unidade não conseguiu cumprir uma ação civil pública na Justiça em que deveria manter uma equipe de retaguarda para intercorrências no procedimento.

O custo seria de R$ 200 mil ao mês, recurso que o Hospital Municipal Elmíria Silvério Barbosa não dispõe. Oito funcionários trabalharam no CPN, todos eles sem vínculo efetivo.

“Tínhamos oito funcionários, quatro enfermeiros. Eu fui demitido e uma outra pediu as contas”, relatou Ramão Vargas, que foi enfermeiro-chefe do centro.

Maternidades não comportam demanda

Campo Grande tem poucas opções de maternidade, que muitas vezes não atendem à demanda do SUS. A doula Laís Camargo afirma que desde dezembro de 2022, por várias vezes, encontrou os hospitais lotados.

“A maternidade Candido Mariano não comporta a demanda, Hospital Universitário também vive cheio. O CPN era uma ajuda a atender interior e também a Capital, vamos perder muito enquanto não tivermos mais opções de maternidade”, explica a doula.

Mas o CPN não representa apenas mais uma opção de lugar para dar à luz. O espaço é referência em boas práticas em relação ao parto normal. “Tem muitas mulheres que não se sentem confortáveis com o ambiente hospitalar e o CPN é um meio-termo entre hospital e casa, além de extremamente seguro”, comenta Laís.

A defensora pública Thais Dominato, coordenadora do Nudem (Núcleo Institucional de Promoção e Defesa da Mulher), classifica o fechamento da unidade como lastimável. “É um retrocesso em termos de direito das mulheres. A gente precisa de outros centros como o CPN e não fechar ele. É uma lástima não haver um acordo para manter essa unidade”.