Sistema vai antecipar em até 5 dias riscos de queimadas em MS

Apresentado nesta terça-feira, Sifau promete informações para liberar queimadas e alertar com antecedência sobre risco de incêndios em regiões como o Pantanal

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Sifau orientará sobre queimadas controladas e ações contra incêndios (Alicce Rodrigues, Jornal Midiamax)
Sifau orientará sobre queimadas controladas e ações contra incêndios (Alicce Rodrigues, Jornal Midiamax)

Foi apresentado na tarde desta terça-feira (14), em evento no Grand Park Hotel, em Campo Grande, o Sifau (Sistema de Inteligência do Fogo em Áreas Úmidas). Pela plataforma, o Estado de Mato Grosso do Sul poderá antecipar em até cinco dias os riscos de queimadas descontroladas em regiões como o Pantanal.

Assim, poderá tanto gerenciar a emissão de licenças de queimada controlada com mais eficiência como terá condições de melhor planejar intervenções em incêndios de grandes proporções. É o que ocorre em diferentes regiões do Pantanal nesta época do ano, por exemplo. Com os dados em mãos, será possível definir com antecipação a mobilização de aparato para enfrentar as chamas.

O Sifau veio de parceria entre o Imasul (Instituto do Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul) e a Wetlands International. A empresa, sediada em Campo Grande, passou os últimos 2 anos desenvolvendo o sistema entregue nesta terça.

A ferramenta estará em breve no site do Imasul. Assim, fazendeiros e a comunidade acadêmica terão acesso aos dados. O instituto, por sua vez, usará os dados georreferenciados por satélite para analisar a região.

Conjuntos de dados apontarão riscos de queimadas

Quatro conjuntos de dados principais influenciarão nas decisões sobre queimadas controladas e combate às chamas: tipo de vegetação existente, acúmulo de material combustível (mato seco, folhagem etc.) no território, histórico de queimadas na área sob análise nos últimos 60 dias e um sistema de previsão de perigo.

Este último promete dar uma previsão de até 5 dias há chances de incêndios florestais na área.

Consultora da Wetlands International, Rafaela Nicola explica que o Governo do Estado se interessou no desenvolvimento do projeto e entrou com a parceria. “Desde 2019, com os últimos incêndios que devastaram parte do Pantanal, houve necessidade de implantar um sistema de resposta rápida, mas que também desse planos duradouros”, disse.

Um dos desenvolvedores do Sifau, Fábio Bolzan, coordenador de Boas Práticas da Wetlands, reforçou que a relação entre Pantanal e queimadas controladas sempre existiu. O método, argumentou, ajuda a renovar pastagens e a reduzir material combustível que poderia espalhar incêndios de grandes proporções.

“Só que notamos que, no Pantanal, isso era feito de forma empírica: o fazendeiro deduzia o lugar mais interessante para queimar e, muitas vezes, isso se transformava em queimada descontrolada, interferindo na fauna, na flora, matando animais”, disse Bolsan. Assim, com a análise de imagens de satélite, será possível indicar onde é seguro atear fogo.

Além disso, o Imasul só concederá licenças de queimadas depois de conferir a existência de risco de grandes queimadas na região. Depois, validará ou não os pedidos.

Informações para combate a incêndios

Além de funcionar como ferramenta de planejamento para queimadas controladas, o Sifau influenciará também o trabalho do Corpo de Bombeiros. O tenente-coronel BM Leonardo Congro, presidente do Comitê do Fogo de Mato Grosso do Sul, salientou que o sistema terá mapeado áreas antecipadamente, facilitando a decisão de prevenção e eventual combate.

“Interfere no nosso trabalho. Com isso, tanto o proprietário como o Corpo de Bombeiros poderão definir estratégias antecipadas contra as queimadas, que sempre acontecem”, reforçou.

Congro salientou que, atualmente, a regra envolvendo a liberação de queimadas é a “30-30-30”. Isso quer dizer que é proibido fogo em áreas sem chuvas há 30 dias, com temperaturas sequenciais acima dos 30 ºC e umidade relativa do ar abaixo de 30%.

Então, um mapa em cores –vermelho para grande risco, amarelo para risco mediano e verde sem perigo– dará indicações sobre regiões de risco. “Quando analisarem no mapa, estará sempre atualizando. Assim, vamos definir estratégias para colocar equipes em alerta ou contatar fazendeiros para saber que mecanismos eles têm para controlar um incêndio”, finalizou o tenente-coronel.

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