A Prefeitura de Corumbá, distante 426 km de Campo Grande, deve entrar na justiça para contestar os primeiros dados do Censo Demográfico 2022, divulgados oficialmente na última quarta-feira (28).
O levantamento aponta que a população da Cidade Branca reduziu de 103.703 pessoas em 2010 para 96.268 moradores em 2022, o que representa queda de 7.407 habitantes (7,14%). O resultado coloca o município como o que mais perdeu população no período de 12 anos.
A decisão da Prefeitura de Corumbá de contestar os dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas) está confirmada desde 6 de junho, durante a 3ª Reunião de Planejamento e Acompanhamento do Censo 2022. No evento em que foram divulgados os primeiros dados da pesquisa, a redução populacional da cidade era maior, de 17,7 mil pessoas.
“Temos dados técnicos das secretarias municipais de Saúde, da Educação e da Assistência Social e Cidadania mostrando que a cidade possui bem mais de 100 mil habitantes. Na Saúde, por exemplo, são quase 130 mil carteiras do SUS (Sistema Único de Saúde) emitidas aqui”, explicou na época o prefeito Marcelo Iunes (PSDB).
Um dos erros apontados pelo poder público foi a contabilização da população do bairro Padre Ernesto Sassida como pertencente ao município de Ladário, o que representaria 13 mil pessoas a menos em Corumbá.
Conforme explica o procurador-geral adjunto de Corumbá, Marcelo Dantas, a PGM já entrou na Justiça Federal há cerca de três meses para contestar os limites geográficos entre Corumbá e Ladário. O procurador ressalta que o próximo passo deve ser uma perícia para estabelecer o perímetro de cada cidade, que ainda não tem prazo para ser concluída.
“Entramos com a ação e já tivemos uma liminar em que a justiça determina os números do bairro Padre Ernesto Sassida como sendo de Corumbá”, ele explica.
O Censo Demográfico realizado pelo IBGE é a maior pesquisa realizada no Brasil, que visa conhecer o perfil e as condições de vida dos brasileiros. O levantamento também é utilizado para subsidiar políticas públicas e investimentos pelo poder público ou empresas privadas, o que pode impactar o orçamento municipal.
