O peão Rodrigo Cardoso Campos, que foi atacado por uma onça-pintada no Pantanal de Mato Grosso do Sul, na última terça-feira (29), segue internado sem previsão de alta e deve passar por uma nova cirurgia em breve.

Nesta sexta-feira (1º), Rodrigo completa 41 anos e comemora ter “nascido de novo” após sobreviver ao ataque do felino na região do Paiaguás, em Corumbá, a 426 km de Campo Grande.

De acordo com o boletim médico da Santa Casa de Corumbá, emitido no fim da tarde de quinta-feira (31), o homem está internado na enfermaria ortopédica, orientado, apresentando lucidez e sinais vitais estáveis.

O boletim aponta necessidade de nova cirurgia nos próximos dias, mas não detalha em qual parte do corpo e nem a urgência do procedimento. Rodrigo apresenta ainda queimadura de segundo grau em membro inferior direito e suturas na cabeça.

O felino mordeu o celular do peão durante o ataque. A bateria do aparelho explodiu com a força da mordida e provocou queimaduras na coxa direita.

De acordo com o presidente da Junta Interventora Administrativa da Santa Casa de Corumbá, Milton Carlos de Melo, não há previsão de alta para esta sexta-feira (1º).

Relembre o caso

Em vídeo publicado nas redes sociais, Rodrigo contou que arrumava a cerca de uma fazenda quando os cachorros começaram a latir.

“Aí fomos lá e demos de cara com a onça. Aí voltamos, corremos e ela me alcançou. Vi que ela alcançou e me pegou de frente. Aí meu companheiro voltou e conseguiu dar uma facada nela, daí ela foi embora para o mato de novo. Foi uma vitória que Deus me deu”, relembrou Rodrigo.

Rodrigo foi resgatado pelo Corpo de Bombeiros no dia 29 de agosto, após ser atacado pelo felino. Ele foi encaminhado para a Santa Casa do município.

Segundo a corporação, ele estava consciente e orientado na sede da fazenda, porém, com diversos machucados. O homem tinha cortes na região da cabeça, em decorrência dos arranhões da onça, e fraturas nos dois braços, além de ferimentos por conta das mordidas.

O que fazer se encontrar uma onça?

No caso dos pantaneiros e pantaneiras que vivem em áreas remotas e ficam mais expostos, é necessário evitar, ao máximo, o contato direto com os animais.

Confira as dicas do IHP (Instituto Homem Pantaneiro):

  • Verifique com pessoas que conhecem a região se há avistamentos recentes de onça-pintada ou onça parda, em que locais eles ocorreram para se acender um alerta;
  • Procure não andar sozinho e, caso suspeitar de rastros que indiquem pegada de onça, faça barulho pelo caminho ou evite o trajeto;
  • Se encontrar carcaça de animal morto, evite chegar perto, principalmente se não houver urubus presentes no local;
  • Locais onde ocorrem a “ceva”, prática considerada crime pela legislação ambiental, devem ser evitados porque trazem grande risco de conflito com as onças, bem como denunciados à Polícia Militar Ambiental;
  • Verifique pelo caminho que estiver possíveis rastros que onças deixam, como pegadas, se há mais de uma pegada, sugerindo mais de um indivíduo no local, ou até fezes, e se esses detalhes sinalizam serem frescos ou antigos;
  • Caso encontrar com uma onça no trajeto, evite a aproximação e tente manter a maior distância possível até que o animal saia do contato visual;
  • Se você estiver frente a frente com uma onça, não se vire e não corra – esse comportamento remete a de uma presa;
  • Ainda no caso de estar frente a frente com uma onça, mantenha contato visual e procure distanciar-se andando para trás sem movimentos bruscos;
  • Onças com filhotes tendem a ser mais defensivas, o mesmo ocorre quando estão em período de acasalamento – andam em dupla;
  • Depois que a onça sair do contato visual, procure evitar o trajeto ou, se precisar seguir adiante, espere por um período médio para continuar o trajeto.