Na volta às aulas, 42% dos estudantes não tomaram a 2ª dose ou sequer se imunizaram contra covid

SES tem percebido alto número de crianças e adolescentes sem vacina e busca estratégias para intensificar a imunização desse grupo

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(Foto: Ilustrativa/ Henrique Arakaki/ Jornal Midiamax)

A volta às aulas da Rede Estadual em Mato Grosso do Sul ocorre na próxima quinta-feira (23) com mais de 200 mil estudantes que não tomaram a 2ª dose da vacina contra a covid-19 ou sequer a primeira dose. Inclusive, em algumas redes municipais os estudantes já voltaram para as salas de aula.

De acordo com dados da SES (Secretaria Estadual de Saúde), do público-alvo em idade escolar – de 5 a 17 anos – 42% não voltaram para tomar a 2ª dose ou nem se imunizaram com a 1ª dose. Ao todo, são 547.449 estimados para essa população.

Desse número, 112.096 tomaram a 1ª dose, mas não retornaram para a aplicação da 2ª dose, que varia de acordo com a fabricante: intervalo mínimo de 28 dias para a Coronavac, 21 dias para Pfizer ou de 56 dias para Astrazeneca.

Porém, 122.374 sequer tomaram a primeira dose e estão sem qualquer proteção contra a covid-19. No Estado, 425.075 foram imunizados com a 1ª dose e 312.979 com a 2ª dose.

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Fonte: Vacinômetro

Monitoramento semanal

A SES tem monitorado semanalmente o número de vacinados e a população dessa faixa etária ainda a ser vacinada, conforme o Gerente de Imunização, Frederico Moraes. “A gente tem feito várias estratégias para mobilizar as Secretarias Municipais de Saúde e Coordenações Municipais de Imunização, no sentido de intensificar essa vacinação”, diz ele ao Jornal Midiamax.

Segundo Moraes, no período que antecede o começo do ano letivo, a SES buscou se reunir com representantes municipais para estabelecer estratégias de vacinação. “Tanto a busca ativa, como estratégias de horários diferenciados, abertura das unidades de saúde e salas de vacinação em horários alternativos”, explica.

“Muitas escolas têm colocado estratégias no período de matrícula, como a apresentação da caderneta vacinal em dia e isso é uma estratégia que tem sido eficaz”, revela o gerente. A SES, inclusive, tem percebido o alto número do público escolar a ser vacinado.

“A gente orienta e recomenda que todos procurem uma unidade de saúde para que tenham a atualização da sua caderneta de vacina e fiquem protegidos”, finaliza Moraes.

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Vacinação infantil (Foto: Divulgação/PMCG)

Baixo índice de vacinação infantil

A vacinação do público infantil tem obtido números baixos e aumentado o risco da volta de circulação de doenças já erradicadas. No ano passado, mais da metade das cidades de MS ficaram com desempenho crítico na vacinação da Poliomielite.

Das 79 cidades, em outubro de 2022, apenas 33 tinham 95% ou mais da cobertura e apareciam na faixa verde do ranking. Na sequência, 53 municípios estavam na faixa amarela, com desempenho abaixo do recomendado, e outros três (Campo Grande, Bela Vista e Nova Alvorada do Sul) apareciam na faixa de risco, com menos de 50% da meta alcançada. 

Naquela época, o baixo índice de proteção das crianças deixou em alerta o setor da saúde, no entanto, dados de anos anteriores evidenciaram que, há pelo menos seis anos, Mato Grosso do Sul apresenta queda na procura pela vacina.

Segundo dados do Ministério da Saúde, entre 2016 e 2021, somente em 2018 a meta foi atingida, ano em que 96% das crianças foram vacinadas. Em 2020, foram 82% e, em 2021, apenas 74%.

Preocupada com a situação que se estende por todo o Brasil, a OMS (Organização Mundial da Saúde) chegou a emitir alerta sobre o alto risco de que a Poliomielite volte ao Brasil após 30 anos do último caso ser diagnosticado no País.

No caso do sarampo, a história se repete. Segundo a SES, a vacina que protege contra a rubéola, caxumba e sarampo, a SCR, teve média de cobertura de apenas 45,50% em 2022, apenas metade dos 95% preconizados pelo Ministério da Saúde.

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