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Cotidiano

MS já tem uma espécie regionalmente extinta e cinco estão em perigo crítico de extinção

Ao todo, MS tem quase 2 mil espécies nas classificações de risco de extinção do ICMBio
Fábio Oruê -
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Arara-azul-pequena e o Ituí (Wikimedia Commons)

A fauna de Mato Grosso do Sul ganhou contornos até então difíceis de se mensurar com a plataforma Salve (Sistema de Avaliação do Risco de Extinção da Biodiversidade), lançada pelo ICMBio nesta quarta-feira (2).

Conforme os dados, o Estado tem uma espécie conhecida que já está regionalmente extinta: a arara-azul-pequena. Além de MS, a Anodorhynchus glaucus está listada também como extinta no e Santa Catarina.

A plataforma também traz um dado alarmante. Cinco espécie, entre aves, invertebrados e peixes estão classificados como “criticamente em perigo”. São eles: Piracanjuba (peixe), aracuã (ave), Ituí-maraúna (peixe), Girardia multidiverticulata (invertebrado) e Loricaria coximensis (peixe).

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Arara-azul-pequena (Wikimedia Commons)

O Ituí é um peixe extremante raro e os três espécimes conhecidos foram coletados no rio Paraná, em 1965, durante a construção da barragem da Hidrelétrica de Ilha Solteira – na divisa entre e MS.

Por viverem aparentemente na calha, a parte mais profunda do rio, os peixes só foram capturados porque estavam em uma área que se tornou seca após a construção de uma barragem provisória (denominada ensecadeira) para fechar uma parte do rio em que seria executada parte da obra.

Os animais foram depositados no acervo do de Zoologia, mas apenas em 1998 a espécie foi formalmente descrita, com base em sua anatomia externa, pelo pesquisador Mauro Triques. 

Além disso, Mato Grosso do Sul também possui catalogadas 17 espécies em perigo e 32 em estado de vulnerabilidade, sendo que 4 delas são ‘exclusividade’ de MS – o Cascudo-cego (peixe), Megagidiella azul (invertebrado), Mão-vermelha-do-chaco (anfíbio) e o Bagrinho-cego-da-serra-da- (peixe).

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Tiê-bicudo e o Morceguinho-do-Cerrado estão na lista de Perigo (Wikimedia Commons)

Plataforma Salve

Um dos principais objetivos é facilitar a gestão do processo de avaliação do risco de extinção e tornar essas informações mais acessíveis, contribuindo, assim, para a geração de conhecimento e implementação de políticas públicas voltadas à conservação da biodiversidade.

Para o presidente do ICMBio, Mauro Pires, a importância do projeto vai muito além da expectativa. “Agora, nosso objetivo não é simplesmente fornecer a informação, mas usá-la como instrumento de política pública, inclusive nas empresas, para evitar que haja espécies ameaçadas e principalmente espécies já extintas. Essa é a grande finalidade do qual esse trabalho aqui faz parte”, concluiu.

Do total de espécies avaliadas, 5.513 possuem ficha publicada e 1.253 estão em alguma categoria de ameaça. Por meio do mecanismo de busca, é possível inserir a espécie pretendida (tanto pelo nome comum, quanto pelo nome científico) e obter dados como grupo, categoria, última atualização da avaliação, estados, bioma, classificação taxonômica, distribuição, história natural, população e muito mais.

Confira as classificações com dados de MS:

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Fonte: Salve |Arte: Jornal Midiamax

Segundo o coordenador da Cofau (Coordenação de Avaliação do Risco de Extinção das Espécies da Fauna) e analista ambiental do ICMBio, Rodrigo Jorge, a plataforma irá contribuir efetivamente com a conservação das espécies ameaçadas.

“O Brasil é reconhecido mundialmente por abrigar a maior biodiversidade do planeta, e a partir da atualização e disponibilização desses dados será possível reforçar a implementação de ações que promovam a conservação da nossa fauna”, adiantou.

Risco de extinção

O desenvolvimento do Salve, que pode ser acessada clicando aqui, teve início em 2016 e é operado por servidores do ICMBio. O processo de avaliação do risco de extinção das espécies da fauna brasileira, conduzido pelos 14 CNPC (Centros Nacionais de Pesquisa e Conservação) do Instituto, é executado em etapas e conta com a participação ativa da comunidade científica.

O trabalho vai desde a compilação e organização de informações e registros de ocorrência em fichas individuais para cada espécie, passando por consultas direcionadas à sociedade e aos especialistas, até a revisão das informações. A avaliação segue o método de categorias e critérios da UICN (União Internacional para a Conservação da Natureza) e os resultados são publicados somente após a validação das informações.

Antes da plataforma, todas essas etapas eram feitas por meio do envio de documentos e planilhas, mas agora o processo é executado diretamente no SALVE. Mais de 1.500 parceiros participam das avaliações, coordenadas pelo ICMBio.

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