Tomado por lixo, vidros estilhaçados, restos de comida e até fezes, imóvel abandonado na esquina da rua 14 de Julho, que abrigava unidade da rede de farmácias São Bento, hoje, se tornou morada de pessoas em situação de rua e abrigo para usuários de drogas. Comerciantes da região relatam conviver com a insegurança constante e com o desamparo do poder público.

O local, situado em frente ao tradicional relógio da 14 de Julho, em pleno centro de Campo Grande, afasta consumidores e turistas e gera prejuízos aos lojistas. Um comerciante, que preferiu não se identificar, relata que viu o movimento de seu comércio cair drasticamente desde que o prédio foi tomado pela insalubridade.

“Esse prédio está abandonado desde o fechamento da farmácia São Bento há cerca de dois anos, mas desde janeiro deste ano a situação se agravou, o prédio foi depenado, quebraram os vidros, tiraram tapumes, portas e ficou totalmente aberto, aí foi invadido”, explicou o comerciante.

Devido à insegurança e por se tratar de um problema de saúde pública, em 9 março, o lojista decidiu acionar a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde), contudo no dia 30 do mesmo mês foi informado que o local havia passado por vistoria, se encontrava limpo e em processo de reforma.

“É óbvio que este lixo todo acumulado não é fruto de um dia. Desde o início deste ano, o imóvel perdeu suas grades, vidros de proteção que impediam a entrada ao seu interior. É inadmissível que um fiscal da prefeitura vá até o local, encontre o imóvel nesta situação e diga que o imóvel está em reforma”, disse indignado.

Comerciantes tentam de tudo

Com receio de possíveis focos de dengue no local, o comerciante também entrou em contato com a CECV (Coordenadoria Estadual de Vetores e Endemias), foi transferido ao “Disk Dengue”, mas não obteve resposta.

Dois meses após a primeira reclamação, o comerciante registrou uma nova denúncia junto à Secretaria de Saúde na esperança de que o problema seja resolvido e, agora, aguarda os próximos passos do processo.

A reportagem entrou em contato com a Sesau para esclarecer se foi realizada vistoria no local, mas não obteve resposta até a publicação desta matéria. O espaço segue aberto para manifestação.

Fechamento da Rede São Bento

Em janeiro de 2015, a Rede São Bento entrou com pedido de recuperação judicial por conta de uma dívida de R$ 73 milhões. Na época, a rede tinha 1,2 mil funcionários.

A recuperação judicial é uma medida para evitar a falência quando a empresa perde a capacidade de pagar suas dívidas e é usada para reorganizar novas formas de pagamento.

Em 2022, a rede que tinha mais de 74 anos de tradição fechou as portas permanentemente. A São Bento chegou a ter 80 lojas em 23 cidades.

Confira a situação da loja abandonada

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