Incêndios no Pantanal mantêm fumaça em Campo Grande e qualidade do ar é prejudicada

Se a qualidade do ar piorar, especialistas recomendam uso de máscaras de proteção

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fumaça campo grande
Campo Grande no ultimo sábado (18) (Marcos Erminio, Midiamax)

Além das altas temperaturas, Campo Grande enfrenta uma nuvem de fumaça causada pelos incêndios no Pantanal. Nos últimos dois dias, a cidade foi coberta por uma nuvem cinza e perdeu qualidade do ar.

O professor de Física e doutor em Geofísica Espacial, Widinei Alves Fernandes, afirma que as partículas de fumaça afetaram a qualidade do ar em Campo Grande. Ele comenta que, desde a quinta-feira (16), “esse índice subiu para a condição moderada e está nas últimas horas ainda aumentando”.

Widinei coordena a Estação de Qualidade do Ar da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul). Então, o especialista explica que a fumaça é composta por “partículas muito finas, são partículas em decorrência da combustão, de queimadas, partículas devido ao fluxo veicular e também a própria emissão veiculares”.

Apesar de o número de partículas ser registrado, normalmente, durante o horário de pico do trânsito, Campo Grande registrou aumento durante a noite. Desde a quinta-feira (16), a cidade foi acinzentada pela fumaça.

O professor aponta que o aumento das partículas de fumaça “foi devido, a essa chegada dessa pluma, em decorrência às queimadas que ocorreram no Pantanal e também na Amazônia”. Portanto, explica que “a poluição do ar é um problema transfronteiriço, ou seja, que de regiões relativamente distantes pode impactar outras regiões”.

Índices de qualidade do ar em Campo Grande. (Reprodução/ QualiAr)

Índices em Campo Grande

A qualidade do ar era considerada boa em Campo Grande até a quarta-feira (15). No entanto, no mesmo dia, por volta das 23h30, o índice de qualidade do ar foi alterado.

Campo Grande passou de boa qualidade para moderada. As queimadas no Pantanal e região da Amazônia causam preocupação para a população sul-mato-grossense.

“A nossa região total, aqui Mato Grosso do Sul como um todo, está sofrendo com essa poluição vindo da Amazônia e do Pantanal”, diz o especialista. Widinei ressalta que a condição do ar e qualidade já está “aumentando para uma consideração, podendo chegar até uma concentração ruim mais tarde”.

Recomendações

A solução para o combinado de altas temperaturas e fumaça é seguir recomendações do especialista. Atividades físicas em qualquer horário do dia devem ser reduzidas e a ingestão de líquidos deve ser intensificada em todas as idades.

O repouso também é recomendado pelo professor, assim como umidificar o ar onde a pessoa estiver. “Tomar cuidado principalmente com idosos e crianças, que são os que mais sofrem com essa condição”.

Até máscaras de proteção podem ser consideradas. Isso porque “se essa condição ainda perdurar ou chegar a piorar, mudando de índice para ruim, também recomenda-se o uso de máscara”, afirma o especialista.

Se Campo Grande registrar índice ruim na qualidade do ar, a população pode se proteger com as mesmas máscaras usadas na época da Covid. Por fim, Widinei destaca que “a exposição dessas partículas potencializa bastante risco de AVC, problemas cardíacos e principalmente os problemas respiratórios”.

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