Hospital do Câncer mantém greve e nova tratativa é marcada para segunda-feira

Sesau se reuniu com o coordenador do Hospital do Câncer na tarde desta sexta-feira

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Foto: Madu Livramento/Midiamax.

A Prefeitura Municipal e o Governo do Estado de Mato Grosso do Sul se reúnem na próxima segunda-feira (27), para tentar resolver o déficit do Hospital do Câncer, que segue em greve até lá. O imbróglio foi tratado na tarde desta sexta-feira (24).

Na ocasião, o Coordenador da instituição, Hamilton Alvarenga, disse que a prefeita Adriane Lopes (Patriotas) sabia desde dezembro de 2022 do déficit financeiro que culminou na greve dos médicos na instituição.

De acordo com ele, em reunião no dia 16 de dezembro de 2022 foi apresentado à prefeita relatório orçamentário com déficit mensal de R$ 770 mil. A situação também tramita no Ministério Público Estadual desde novembro do ano passado.

A Prefeitura Municipal e o Governo do Estado de Mato Grosso do Sul se reúnem na próxima segunda-feira (27)
Coordenador do Hospital do Câncer. (Foto: Madu Livramento/Midiamax)

O coordenador explicou que o custo mensal do hospital é de R$ 4,025 milhões, enquanto a receita soma R$ 3,250 milhões. A diferença é o que falta para arcar com os salários e direitos trabalhistas dos médicos.

Não é do dia para a noite

Na contramão, a secretária-adjunta da Sesau, Rosana Leite de Melo, explica que quando o estudo foi apresentado para a Prefeitura, a secretaria acolheu as informações que foi encaminhada para uma auditoria.

“Nós recolhemos o estudo com a nossa auditoria. Se não auditarmos, estaremos prevaricando. Analisamos algumas inconsistências, remetemos documentos. O dinheiro é da população e a responsabilidade desse repasse é nossa. O Hospital do Câncer tem recusos do Governo Federal, Estadual e Municipal. As tratativas de melhorar o contrato deles são ordinárias e todos os anos acontecem. Ainda depende de negociações, de uma análise do que foi feito e se as metas foram cumpridas para saber se eles têm condições de prestar atendimento à população”.

A Prefeitura Municipal e o Governo do Estado de Mato Grosso do Sul se reúnem na próxima segunda-feira (27)
Secretária-adjunta da Sesau, Rosana Leite de Melo. (Foto: Madu Livramento/Midiamax)

Para o momento de paralisação do Hospital do Câncer, o município diz que trabalha em rede e que outros hospitais estão realizando atendimentos aos pacientes necessitados. A secretária-adjunta também destaca que o instituição poderia ter avisado sobre o déficit com mais antecedência, acompanhando os trâmites legais.

“Eles deveriam ter avisado com mais antecedência para que a gente pudesse tomar outras medidas. Com o câncer tudo é urgente. Temos uma lei que é necessário prestar esse atendimento. Auditoria é minucioso, precisamos saber detalhes. Tinham que ter avisado em um prazo de até 120 dias e o gestor tem um prazo de seis meses para adequar o serviço. Não é do dia para a noite”.

Hospital deixa de atender 60 novos pacientes por dia

Desde o início da greve na quarta-feira (22), estão suspensas as consultas de triagem de novos pacientes e as cirurgias eletivas. Com isso, o Hospital de Câncer de Campo Grande deixa de atender, em média, 60 novos pacientes por dia.

Continuam mantidos e estão sendo realizados os atendimentos de urgência e emergência no PAM (Pronto Atendimento do HCAA, 24H), as cirurgias de urgências, atendimentos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva), além dos tratamentos nos setores de quimioterapia, radioterapia e hormonioterapia de pacientes já em tratamento.

Os médicos anunciaram que só normalizarão os atendimentos quando houver resolutividade para esta questão e os recursos forem efetivamente liberados. Em dezembro, 422 funcionários e 75 médicos já tinham relatado falta de pagamento do 13º salário dos funcionários.

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