O Flipper Zero é um dispositivo portátil, parecido com um MP3 Player, criado para verificar vulnerabilidades em redes de internet sem fio e protocolos de radiofrequência. O aparelho não foi homologado pela Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações), pois poderia facilitar um ataque hacker, visto que consegue explorar sistemas de segurança. Porém, mesmo tendo cargas apreendidas no Brasil, o produto é comercializado ilegalmente pelo país.

Usado para pesquisas de hardware e cibersegurança, o Flipper Zero consegue clonar ondas de comunicação sem fio (transmissor infravermelho, RFID, Bluetooth, NFC). Ou seja, abre espaço para que hackers acessem dispositivos, colocando em risco dados das pessoas.

Além disso, com ele é possível controlar dispositivo com infravermelho, destrancar portas eletrônicas, copiar dados de cartões e abrir fechaduras. Basta encostar o aparelho na superfície do aparelho “alvo”.

Polêmica do Flipper Zero

A Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) começou a ficar de olho no dispositivo a partir do momento em que começaram a viralizar no TikTok vídeos de pegadinhas, em que pessoas, portando o dispositivo, ligavam e desligavam aparelhos eletrônicos, acendiam faróis de carro, destravavam portas, entre outras coisas.

Toda a polêmica resultou na não homologação do produto, pela Anatel. Desde então, cargas da mercadoria foram apreendidas no Brasil e anúncios do produto em plataformas de vendas estão sendo derrubados.

Apesar disso, ainda é possível encontrar alguns anúncios clandestinos em plataformas como OLX, Mercado Livre e Market Place. O preço do produto varia entre R$ 3 mil e R$ 4 mil.

Empresas de tecnologia são contra a decisão da Anatel

O Flipper Zero possui código aberto para facilitar a personalização do uso. É composto por um teclado direcional, que permite o controle, sem a necessidade de dispositivos adicionais. Scripts e funções comuns estão disponíveis no menu do aparelho.

O aparelho é permitido nos Estados Unidos para fins de cibersegurança, simulando um ataque de fonte duvidosa para testar a segurança do sistema eletrônico. Encontrando as fragilidades, os usuários podem planejar solução que melhore seu produto.

A EFF (Electronic Frontier Foundation) discorda da decisão da Anatel de impedir o uso do dispositivo no Brasil, pois acreditam que são aparelhos cruciais para pesquisas de melhoria de segurança digital. Portanto, impedir a sua circulação seria um retrocesso na área para o país.