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Cotidiano

Famílias que vivem em tendas no Mandela após incêndio enfrentam frio, chuva e até cobras

Quem perdeu tudo em incêndio é mantido pela prefeitura nos abrigos à espera de moradia fixa
Fábio Oruê, Monique Faria -
mandela
Tendas na Favela do Mandela (Alicce Rodrigues, Jornal Midiamax)

Quase duas semanas após o incêndio que destruiu 60% da Favela do Mandela, no Bairro Isabel Garden, em Campo Grande, as famílias atingidas vivem em abrigos e tendas do Exército enquanto aguardam uma moradia fixa prometida pela Prefeitura.

Enquanto as novas casas não saem, os moradores precisam lidar com os problemas que esse tipo de moradia improvisada traz, principalmente com as pancadas de chuvas dos últimos dias.

O marido da repositora Jéssica Tomiati, de 29 anos, encontrou uma jararaca embaixo de um móvel em uma varanda montada do lado de fora da tenda. “A chuva caiu, a varanda caiu junto. Ai meu marido foi arrumar, puxou o sofá e o bicho estava ali pronto para dar o bote”, conta ela ao Jornal Midiamax.

Na tenda, diversas crianças moram com Jéssica e a jararaca oferecia um risco enorme para todos. Por isso, a família comprou veneno para se proteger. Ela está na lista de pessoas que vão receber um terreno e um kit de materiais de construção.

A prefeitura separou quatro espaços para abrigar os moradores do Mandela que foram vítimas do incêndio do dia 16 de novembro. Desde então, o Executivo Municipal mantém as famílias que aceitaram auxílio em abrigos. Para os demais, foram montadas tendas e banheiros químicos.

Os moradores também improvisaram um chuveiro comunitário. A alimentação é servida quatro vezes ao dia. De acordo com a SAD, são distribuídas de 200 a 250 marmitas no hora do almoço e na janta.

Chuva e frio

Após o fim da onda de calor em todo o Brasil, as precipitações voltaram a cair em Campo Grande. Durante a primeira chuva registrada na Capital, a tenda de Jéssica foi invadida pela água. Para que isso não se repetisse, uma lona foi colocada na barraca.

Em outra tenda, o filho recém-nascido do catador de material reciclável Robert Ryan, de 26 anos, sofre de bronquite, que ataca por conta do frio que está fazendo durante a noite. O clima mais ameno é por conta das últimas chuvas.

Caminhão da Cruz Vermelha auxiliou os moradores durante os primeiros dias após o incêndio, mas agora, quem precisa de atendimento precisa se deslocar até a UPA (Unidade de Pronto Atendimento) mais próxima.

Por isso, quando o filho precisa de atendimento, Robert chama um mototáxi. Ele e os três filhos foram contemplados com uma casa e aguardam os próximos passos da prefeitura.

Problema de saúde

Porém, a chuva também trouxe alívio para o Auxiliar de Serviços Gerais Juvenil Moreira de Souza, de 71 anos. O poeirão tomava conta, mas esse não é mais um problema. Inclusive, moradores fizeram uma vala no terreno para escoar a água.

Juvenil está numa tenda junto com um amigo, além da esposa e mãe desse companheiro. A matriarca é a dona Hercília Aparecida da Silva, de 74 anos, que tem baixa visão e perdeu seu óculos no incêndio da Favela do Mandela. O objeto a ajuda a enxergar melhor e fazer coisas básicas, como ir ao banheiro.

As famílias perderam tudo no incêndio e vivem de doações. Dona Hercília pede por um outro óculos para que possa voltar a suas atividades.

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