Em região castigada por alagamentos, moradores colecionam histórias de perdas e ‘perrengues’

Nova Campo Grande, Jardim Carioca e Vila Popular são invadidas por enxurrada toda vez que chove

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Protesto em rua alagada do Jardim Carioca. (Foto: Karina Campos)

Basta o tempo fechar para que comece também a preocupação de moradores da região do Bairro Nova Campo Grande. Com sistema de drenagem insuficiente para escoar a água que se acumula, toda vez que chove a área é duramente castigada, tanto que tem gente até colecionando histórias de perdas e ‘perrengues’ provocados pela enxurrada. 

Willian Vinicius Vieira é um exemplo da realidade da região. Na manhã desta terça-feira (7), a área da varanda da casa onde ele mora ficou tomada pela água barrenta. Em vídeo encaminhado pelo morador da Rua Vinte e Cinco, é possível ver a situação que, segundo ele, se repete todas as vezes que chove. 

Avenida Nove, no Nova Campo Grande. (Foto: Karina Campos / Midiamax)

“Graças a Deus não chegou a entrar dentro de casa, mas a água entra na varanda toda vez que chove. Infelizmente toda chuva alaga e estamos sofrendo muito com os alagamentos no Bairro”, comentou. 

Na Avenida Nove, a gerente de uma loja de roupas, Leila Careaga, conta que aprendeu a lição com a última chuva. “Para não perder material tivemos que improvisar um armário para estoque porque da última vez molhou todos os produtos novos, além de ter arrastado barro para dentro da loja”, comentou. 

Por toda a via, o que se vê é verdadeiro rio de água vermelha que esconde até o canteiro da avenida. Por causa disso, até o trânsito ficou complicado, com veículos invadindo pista contrária para conseguir passagem. 

“Sempre quando chove é um problema, a gente não consegue sair de casa e nem o ônibus passa porque fica tudo tomado pela água. Os passageiros ficam todos na mão”, comenta Selma Rossi, que mora há cerca de 30 anos na região. 

A cerca de cinco metros da casa da pensionista é possível notar uma boca de lobo, no entanto, insuficiente para escoar toda a água que se acumula. “Não adianta, as bocas de lobo não suportam e a água ainda fica aqui empoçada durante dias. Os carros passam e jogam tudo na minha casa. É humilhante, uma vergonha”, completa.

Vendedor, Hiago Costa é outro que coleciona histórias de ‘perrengues’ no bairro. Usuário do transporte coletivo, ele afirma que os ônibus não conseguem passar em meio à enxurrada e obrigam passageiros a andar mais. “Para chegar no serviço tenho que descer e andar duas quadras a mais. É um transtorno para todo mundo”, finaliza. 

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