Trabalhadores liderados pelo proprietário da empresa de lajes que foi invadida na tarde desta terça-feira (27) em Dourados, voltaram ao trabalho na manhã desta quarta-feira (28). Sem a presença da polícia, mas com seguranças particulares, a produção foi retomada.

A empresa fica na rodovia perimetral, que dá acesso às universidades e também à BR-163, em Dourados. Nesta mesma área, ficam as retomadas e também algumas empresas e propriedades privadas, como o condomínio de luxo que estava em construção e que segue ocupado por famílias desaldeadas.

Entre as empresas instaladas no entorno da Reserva Indígena Federal, às margens da rodovia Ivo Cersózimo de Souza, além da construtora de lajes, está uma distribuidora de bebidas, uma marmoraria e um depósito de areias.

Nas proximidades da área considerada de conflito, também funciona um pesqueiro e restaurante, uma estufa de plantas de ornamentação e jardinagem e também uma empresa de engenharia civil.

Em conversa com a reportagem do Midiamax, o proprietário da empresa disse que mesmo sem a presença da polícia, decidiu voltar ao trabalho porque tem compromisso firmado com clientes e também com os funcionários.

A área onde está instalada a empresa de lajes, que teve prejuízo calculado em mais de R$ 10 mil por ter interrompido a produção na tarde desta terça-feira, é alugada. O proprietário disse que comunicou o dono do terreno que irá se mudar.

“Enquanto preparamos a mudança, temos que trabalhar para pagar as contas. Hoje amanheceu tudo calmo por aqui, mas não podemos ficar à espera de um novo ataque, como eles já prometeram”, relata o empresário.

A reportagem do Midiamax também entrou em contato com lideranças indígenas das áreas de retomadas que fica na região. Entretanto, ninguém se manifestou a respeito da invasão ocorrida na tarde desta terça-feira.

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Indígenas da retomada após terem invadido a empresa (Foto: Marcos Morandi/ Jornal Midiamax)

Entenda o caso

Por volta de 13h30, grupo de indígenas invadiu uma empresa de lajes, na tarde desta terça-feira (27), que fica próximo à área onde um condomínio de luxo está em construção e que se encontra ocupado desde abril.

Equipes da PM (Polícia Militar), Getam (Grupo Especializado Tático em Motocicletas) e Força Tática estiveram no local durante toda a tarde, logo depois que seis funcionários da empresa foram expulsos pelos indígenas de dentro do local.

Um dos funcionários ouvidos pelo Jornal Midiamax disse que teria visto um indígena com uma pistola. Ainda conforme os trabalhadores, os indígenas teriam passado nas empresas, na segunda-feira (26), com ameaças.

Os indígenas também deixaram um documento formalizando o pedido. Os funcionários então voltaram ao trabalho, nesta terça, e foram surpreendidos por um grupo entre 30 e 40 indígenas. 

Após a invasão, os indígenas saíram das dependências da empresa, mas permaneceram por um tempo no entorno. Orientado pela polícia, um grupo de empresários que atuam na região foram até a Depac (Delegacia de Ponto atendimento Comunitário) para fazer o boletim de ocorrência contra os indígenas.