Com 49% dos campo-grandenses sedentários, especialista alerta: ‘magreza não é sinônimo de saúde’

De diabetes a gordura no fígado, o sedentarismo pode causar, inclusive, um AVC, diz médica endocrinologista

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Em Campo Grande, 51% dos moradores afirmaram praticar alguma atividade física, segundo pesquisa | Foto: Nathalia Alcântara, Midiamax

Pode uma pessoa magra sedentária ter mais riscos de desenvolver doenças do que uma pessoa acima do peso que pratica atividade física? Pode, sim. Uma pesquisa do Ministério da Saúde através da Vigitel (Vigilância de Fatores de Risco ou Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico) mostrou que 49% dos moradores de Campo Grande afirmaram ser sedentários e especialista alerta que ‘magreza não é sinônimo de saúde’.

Os dados do Observatório da Atenção Primária da Umane com base em levantamento da Vigitel, do Ministério da Saúde, mostram que Campo Grande é uma das quatro capitais no país onde há o menor percentual de pessoas que praticam atividade física.

Na capital de Mato Grosso do Sul, a pesquisa mostrou que 49,8% dos moradores relataram não praticar nenhuma atividade física. Ou seja, quase metade da população da cidade é sedentária. Em dados mais detalhados, a pesquisa mostra que o público mais ativo é o com idades entre 25 e 34 anos: 85.274 moradores nesta faixa-etária afirmaram se exercitar, enquanto 64.561 disseram não ter perfil de atividade física.

Os moradores com idades entre 45 e 54 anos entrevistados também foram maioria quando afirmaram ser ativos: 62.734 pessoas disseram fazer exercícios, enquanto 60.318 disseram ser sedentários.

CapitalEstadoPorcentagem de pessoas que fazem exercícios
Campo GrandeMS50,8%
Rio BrancoES50,3%
FortalezaPR50,2%
Belo HorizonteMG50%
Fonte: Vigitel

Em outra tabela divulgada é possível comparar com as capitais do país que mais realizam atividade física:

CapitalEstadoPorcentagem de pessoas que fazem exercícios
FlorianópolisSC60,7%
VitóriaES58,6%
CuritibaPR57,3%
AracajúSergipe56,9%
Distrito FederalDF56,7%
Fonte: Vigitel

‘Magreza não é sinônimo de saúde’

A relação entre a obesidade e a falta de exercícios físicos é amplamente conhecida e associada quando o assunto é sedentarismo. No entanto, muitos não sabem, mas o sedentarismo e o desenvolvimento de doenças ocorrem independente do peso da pessoa.

Conforme a endocrinologista e metabologista Flávia Tortul, o sedentarismo é um fator de risco para qualquer morador, independente de quantos quilos pesa. “O sedentarismo hoje é considerado como um fator de risco à saúde, tão grave quanto a obesidade. Existem pacientes que são magros, mas metabolicamente doentes, pois apresentam peso baixo devido a uma baixa musculatura com excesso de gordura visceral”, explica.

A especialista explica que a gordura visceral é altamente inflamatória e pode gerar inúmeras alterações nos processos celulares, tais como a resistência insulínica, aumentando o risco de diabetes, aterosclerose (placas de gorduras nas artérias), esteatose hepática (gordura no fígado) e o aumento da rigidez arterial, aumentando risco de Hipertensão Arterial.

“Tudo isso corrobora para uma elevação no risco de doenças cardiovasculares, Infarto agudo do Miocárdio e Acidente Vascular Cerebral, o AVC”, afirma a médica.

A orientação é que o morador tire um tempo para praticar alguma atividade física durante a semana, para evitar surpresas no check-up médico ou, pior, ter alguma emergência médica.

“Hoje devido ao conhecimento sobre os inúmeros benefícios que o exercício traz para a saúde, a recomendação da quantidade de exercício foi aumentada para pelo menos 150 a 300 minutos de atividade física de moderada intensidade por semana, ou atividade física vigorosa equivalente, para todos os adultos, e uma média de 60 minutos de atividade física aeróbica moderada por dia para crianças e adolescentes”, orienta.

No Instagram a endocrinologista compartilha informações sobre emagrecimento para os internautas.

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Uma publicação compartilhada por Flávia Tortul | Endocrino (@draflaviatortul)

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