Cazaquistão abre consulado em Campo Grande voltado para agronegócio no Centro-Oeste

Intuito é estreitar relações econômicas com o país asiático, potencial exportador do insumo e importador de soja e proteína animal

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O novo cônsul, Alípio de Oliveira. (Henrique Arakaki, Midiamax)

Capital brasileira do agronegócio, Campo Grande ganhará um consulado do Cazaquistão, grande produtor de fertilizantes. O intuito é estreitar relações econômicas com o país asiático, potencial exportador do insumo e importador de soja e proteína animal.

Com os grandes exportadores de fertilizantes, Rússia e Ucrânia, envolvidos em conflitos, o Cazaquistão é a alternativa mais viável para negociar o insumo, tanto pronto, quanto a matéria-prima.

De acordo com o novo cônsul do Cazaquistão, Alípio Marcus Laca de Oliveira, o consulado aqui no Mato Grosso do Sul atenderá toda a região centro-oeste, interior de São Paulo e Paraná, com objetivos voltados para o agronegócio.

“O mercado brasileiro, neste momento, está tocando, mas não se sabe de onde conseguirá fertilizantes na safra de 24/25, que pode ser um caos no Brasil, primeiro pelo custo ser muito alto, e segundo por não ser suficiente para todos. O único país que pode atender o Brasil em questão de fertilizantes é o Cazaquistão”, explica.

Transporte de cargas pela Rota Bioceânica

Além de grande parceiro na exportação do fertilizante, o Cazaquistão possui interesse na soja e proteína animal, produzidos em Mato Grosso do Sul. Com a Rota Bioceânica, as trocas comerciais ficarão ainda mais facilitadas, pois permitirá uma diminuição de 12 dias no período de transporte da carga.

“Por essa nova rota, a gente vai diminuir, em pelo menos doze dias tanto o que vem da Ásia quanto o que a gente vai mandar para a Ásia. Doze dias de Navio, além de ser muito tempo é muito custo, então a gente tem condições de receber coisas mais baratas e mandar coisas mais baratas através de Mato Grosso do Sul”, explica o cônsul.

Nova fronteira agrícola

Nono país em área territorial do mundo, e com pouca densidade demográfica — menos de 19 milhões de habitantes — o Cazaquistão torna-se uma potencial fronteira agrícola. Segundo Alípio Oliveiro, além de grandes áreas para desenvolver a agricultura, o solo da região é um dos mais férteis do mundo.

“Eles têm adubo, terra fértil e estão onde precisa vender o grão, sendo vizinhos da China e Rússia; próximos da Índia; próximos ao Irã, Paquistão e África. Então, lá é a próxima fronteira agrícola”, explica.

Em caso de uma futura crise alimentícia, o Cazaquistão seria, então, o país a prover alimentos para os outros países. Portanto, a importância do Brasil em criar relações comerciais a longo prazo com os cazaques. Além disso, atualmente a produção de subsistência é muito forte no país asiático, e o Brasil possui potencial para compartilhar tecnologias e conhecimentos que possam expandir a produção na região.

“Estamos indo lá para treinar a população. O operador de maquinário, engenheiro mecânico, zootecnista, vão ser importantíssimos. Um grande mercado para qualquer profissional ligado ao agronegócio. Eles querem receber os brasileiros e a mão de obra para lá”,

Sede do consulado será aberta em 2024

Um evento de descerramento da placa do consulado acontecerá nesta quarta-feira (13), em Campo Grande. Estarão presentes o cônsul, o embaixador e a embaixatriz do Cazaquistão, em conjunto com as autoridades locais, para falar sobre o futuro do agronegócio e as oportunidades do mercado de importação e exportação.

A sede será inaugura no início de 2024, que será a terceira do Cazaquistão, no Brasil. Os outros dois consulados ficam localizados em São Paulo e Santa Catarina. Na América do Sul existem nove, atualmente.

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