Campo Grande vive um surto de doenças respiratórias, o que reflete no índice de internações. A Capital concentra 72% das internações por SRAG (Síndrome Respiratória Aguda Grave) do Estado, de acordo com o boletim emitido pela SES (Secretaria Estadual de Saúde), com dados sobre a situação de cada município. 

O Governo de Mato Grosso do Sul publicou nesta quarta-feira (5) uma série de medidas emergenciais para diminuir a pressão do sistema de saúde causada pelo aumento de casos de doenças respiratórias.

Na 13ª semana epidemiológica de 2023, em 1º de abril, Mato Grosso do Sul tinha 55 internados por SRAG, sendo 40 de Campo Grande. 

Na semana anterior, o Estado contabilizava 186 hospitalizados, a maior quantidade desde o início do ano. Destes, 98 eram campo-grandenses, o que representa 59% do total.

Elaborado por SES/MS

Desde 1º de janeiro até o início deste mês, a Capital registrou 930 hospitalizados por SRAG, o que representa 65% do total de Mato Grosso do Sul, que foram 1.441. 

Em entrevista exclusiva ao Midiamax, na última terça-feira (4), a secretária de Estado de Saúde em exercício, Christinne Maymone, afirmou que todos os municípios de Mato Grosso do Sul operam acima de 85% da capacidade dos leitos pediátricos.

A situação mais crítica é em Campo Grande que, até na semana passada, contava diariamente com ao menos 50 crianças em estado grave na fila por um leito em hospital.

Apesar da lotação dos leitos pediátricos, a médica explica que é cedo para declarar situação de emergência no Estado. A estratégia no momento é de uma organização da rede de saúde de todos os 79 municípios com campanhas de prevenção e vacinação de todas as faixas etárias.

“O interior ainda está sob controle, ele está com leitos ocupados, mas isso não significa que nós estamos confortáveis, não estamos. Nós estamos em uma situação de prevenção da saúde, da organização dos serviços de saúde”, destaca. 

De acordo com a secretária estadual de saúde interina, Mato Grosso do Sul tem a predominância de quatro vírus respiratórios em circulação: rinovírus, sincicial respiratório (especialmente em crianças de até cinco anos de idade), influenza e Covid-19. 

Interior de MS

Três Lagoas, Dourados e Ponta Porã são outras cidades de Mato Grosso do Sul que concentram internações por SRAG, porém longe das dezenas de hospitalizados em Campo Grande. 

Em Ponta Porã e Dourados, por exemplo, o número máximo de hospitalizados chegou a 10 durante uma semana epidemiológica, enquanto o de Três Lagoas foi sete.

Desde o começo do ano, entre a primeira e 13ª semana epidemiológica, Dourados contabilizou 58 hospitalizados por SRAG, foram 39 em Três Lagoas e 36 em Ponta Porã.