Caminhões em via improvisada derrubam fios e deixam moradores sem energia no Cabreúva

Há três dias, idoso está sem energia em casa e não sabe quando o problema será solucionado.

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Denúncia passagem irregular de caminhões na rua dos ferroviários (Alicce Rodrigues, Midiamax)

A passagem de caminhões por uma via irregular tem causado dor de cabeça aos moradores do bairro Cabreúva, em Campo Grande. Eles alegam que os caminhões que entram e saem da Feira Central, derrubam os fios dos postes e deixam o bairro sem energia elétrica.

Como o local por onde eles passam não é uma rua regular, os fios de energia estão em altura mais baixa, o que contribui para que enrosquem nos caminhões. Segundo Aroldo Gonçalves, aposentado e ex-ferroviário, de 82 anos, depois que a feira abriu uma travessa, que seria provisória para a entrada e saída dos caminhões, o problema começou.

Ele explica que os veículos não são aqueles que levam os insumos às barracas, mas sim os caminhões que levam as estruturas de palco para os shows e outras apresentações artísticas. Há três dias, Aroldo está sem energia em casa e não sabe quando o problema será solucionado.

“É tão simples de resolver, só falta sensibilidade por parte dos representantes da Feira Central e da fiscalização, porque a rua é muito estreita, não tem espaço nem pra manobrar”, conta Aroldo. “Às vezes eles [motoristas] precisam subir no meio-fio para manobrar os caminhões”.

Com a falta de energia, a dois dias do Natal, o ex-ferroviário lamenta o transtorno gerado pela situação. Ele explica que precisou jogar vários alimentos fora, porque estragaram com a falta de refrigeração.

Rua estreita onde os caminhões passam (Alicce Rodrigues, Midiamax)

Moradora recorreu à polícia

Cansada, Sandra Helena Gonçalves, filha de Aroldo, fez um boletim de ocorrência no dia 20 de dezembro, na esperança de que o problema possa ser solucionado. Isso porque, se não bastasse a falta de energia resultante dos fios arrancados, os moradores temem o risco de acidente, já que os veículos passam muito perto das residências.

Sandra explica ainda, no documento, que a presidente da Feira Central, Alvira Soares, e demais administradores da feira tem ciência da situação, mas ainda não fizeram nada que solucionasse o caso.

“A rua seria provisória e fica por um triz da nossa casa. Nós temos medo de acidentes, porque muitos fazem manobra para sair da travessa e chegam muito perto da nossa casa. Ficamos com medo”, explica. “Vejo uma ausência da Agetran, pois a entrada e saída ali é inviável. Acho que falta boa vontade, nada impede dos veículos possam entrar e sair pela Eça de Queiroz. Só queremos que eles evitem a Rua dos Ferroviários”, conclui.

Sandra também aponta que o problema é ainda mais frequente durante a noite, já que fiscalização no local é menor, que os moradores tentaram falar com alguns motoristas, mas que o diálogo não foi aceito.

Entrada sugerida pelo morador para os caminhões, na Avenida Eça de Queiroz (Alicce Rodrigues, Midiamax)

Associação de moradores está ciente da situação

Eduardo Cabral, presidente da associação de moradores do bairro Cabreúva, também conversou com a reportagem e disse estar ciente da situação. Ele afirma que entrou em contato com a representante da Feira Central e que, diante da situação nos últimos dias, que resultou na falta de energia da casa do seo Aroldo, ele enviou um ofício para a Agetran, solicitando a instalação de placas no início das Ruas dos Ferroviários, proibindo a entrada de veículos de grande porte.

Os moradores explicaram que a Energisa esteve no local, mas que a energia ainda não foi reestabelecida.

A reportagem entrou em contato com a Energisa, a Agetran, mas até o momento não houve retorno. O espaço continua aberto para esclarecimentos.

Posicionamento da Feira Central

Procurada pela reportagem, a presidente da Feira Central, Alvira Soares, informou que a feira não tem veículos tão grandes que possam puxar a fiação e que o problema está na instalação dos fios. “As empresas não instalam no padrão adequado, só puxam pra casa e não seguem as normas de segurança de tráfego, então os fios ficam abaixo da média, balançando e aí, qualquer veículo que passar, pode acabar rompendo os fios, até mesmo da Feira”, explica.

“A gente tem que lutar com as companhias de telefonia e de operadoras para que haja altura dos fios, para que haja tráfego seguro nas ruas”. “Tem que ter uma fiscalização das medidas de segurança. Quando a Feira Central coloca um cabo, a gente procura a Agetran para saber a medida cabível”, continua.

Citando a Rua dos Ferroviários, Alvira explica que lá não é comum passar caminhões que estão prestando serviços para a Feira, mas sim para construtoras da região ou para organizadores de eventos na Esplanada Ferroviária.

Denúncia passagem irregular de caminhões na rua dos ferroviários (Alicce Rodrigues, Midiamax)

Veja os vídeos feitos por Sandra:

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