Com 5 casos confirmados, MS terá boletim semanal sobre varíola dos macacos

Objetivo é que a varíola dos macacos, ou monkeypox, tenha publicação frequente a fim de informar corretamente sobre eventos relacionados à doença no Estado

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Varíola dos macacos
(Foto: Cynthia Goldsmith/Agência Brasil)

Com cinco casos confirmados em Mato Grosso do Sul de monkeypox, a varíola dos macacos, a SES (Secretaria de Estado de Saúde) deve implementar a divulgação de um boletim semanal acerca da doença. De acordo com o titular da pasta, Flavio Britto, uma reunião está prevista para esta segunda-feira (1º) a fim de tratar sobre o tema e definir detalhes da publicação.

“Nosso objetivo é levar informação à população, da mesma forma que fazemos com outras doenças, como a covid e a dengue. E não é uma questão de alarde, embora seja um assunto da nossa preocupação, mas para que todos sejam corretamente avisados, para que não haja informações desencontradas”, declarou ao Jornal Midiamax.

Na última quinta-feira (29), a SES divulgou a confirmação de mais 4 casos que estavam em investigação, elevando o total de casos positivos para 5 no Estado. “Os pacientes foram acompanhados enquanto aguardavam os resultados, estavam em isolamento domiciliar, e encontram-se atualmente com as lesões cicatrizadas, sem risco de transmissão”, trouxa a nota oficial.

Apesar da declaração de emergência mundial pela OMS (Organização Mundial da Saúde) e a confirmação do primeiro óbito em decorrência de monkeypox no país, Brito destaca que a situação em MS é controlada, uma vez que os 12 casos notificados – dos quais 5 foram confirmados, 3 descartados e 4 seguem investigados – são “importados”, ou seja, de pacientes que estiveram em outros Estados, não havendo, ainda, indícios de transmissão comunitária.

“Nossa vigilância está muito atenta e estamos bastante articulados na cobrança de aquisição de imunizantes. Mas, não há razão para alarde, segregação ou qualquer coisa do tipo, até porque a taxa de mortalidade é extremamente baixa. Nos países onde há mais casos, o tratamento dessa doença é feito, normalmente, em casa”, acrescentou.

Brito comentou haver preocupação da associação da varíola dos macacos à comunidade homossexual e também à atividade sexual. Segundo ele, todos os grupos precisam ficar atentos às formas de contaminação.

“Devemos entender que a monkeypox não é uma IST (Infecção Sexualmente Transmissível), muito embora o contato sexual aumente consideravelmente as chances de contaminação. Não é uma doença restrita aos HSH (homens que fazem sexo com homens), qualquer pessoal que se exponha às formas de contágio pode contrair. Temos casos confirmados no Brasil de pessoas de outros grupos, inclusive crianças. Recortar o risco de contaminação a apenas HSH é um erro”, declarou.

Varíola dos macacos: transmissão e sintomas

A varíola dos macacos é transmitida de uma pessoa para outra por contato próximo com lesões, fluidos corporais, gotículas respiratórias e materiais contaminados, como roupas de cama.

A OMS descreve quadros diferentes de sintomas para casos suspeitos, prováveis e confirmados. Passa a ser considerado um caso suspeito qualquer pessoa, de qualquer idade, que apresente pústulas (bolhas) na pele de forma aguda e inexplicável e esteja em um país onde a varíola dos macacos não é endêmica. Se este quadro for acompanhado por dor de cabeça, início de febre acima de 38,5°C, linfonodos inchados, dores musculares e no corpo, dor nas costas e fraqueza profunda, é necessário fazer exame para confirmar ou descartar a doença.

Casos considerados “prováveis” incluem sintomas semelhantes aos dos casos suspeitos, como contato físico pele a pele ou com lesões na pele, contato sexual ou com materiais contaminados 21 dias antes do início dos sintomas. Soma-se a isso, histórico de viagens para um país endêmico ou ter tido contato próximo com possíveis infectados no mesmo período e/ou ter resultado positivo para um teste sorológico de orthopoxvirus na ausência de vacinação contra varíola ou outra exposição conhecida ao vírus.

Casos confirmados ocorrem quando há confirmação laboratorial para o vírus da varíola dos macacos por meio do exame PCR (Reação em Cadeia da Polimerase) em tempo real e/ou sequenciamento.

Vacinas

A vacinação contra a varíola tradicional é eficaz também para a varíola dos macacos, mas a OMS explicou que pessoas com 50 anos ou menos podem estar mais suscetíveis, já que as campanhas de vacinação contra a varíola foram interrompidas pelo mundo quando a doença foi erradicada em 1980.

A organização trabalha na verificação dos estoques atuais de vacina da varíola para ver se precisam ser atualizados. A prevenção e o controle dependem da conscientização das comunidades e da educação dos profissionais de saúde para prevenir a infecção e interromper a transmissão.

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