UFMS cobra R$ 15 pelo ‘bandejão’ mais caro do Brasil

No Pará, por exemplo, refeição é vendida a R$ 1 e estudante também tem opção vegetariana

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Restaurante da UFMS tem capacidade para 3.500 refeições por período. (Foto: UFMS)

Cobrando R$ 3 na refeição para estudantes em situação de vulnerabilidade e R$ 15,01 para aqueles com renda per capita superior a 1,5 salário mínimo, a UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul) tem o “bandejão” mais caro entre os restaurantes universitários do Brasil. Segundo levantamento feito pelo Jornal Midiamax, no País afora, as refeições são vendidas a partir de R$ 1.

Por apenas R$ 1 é possível almoçar ou jantar na Universidade Federal do Pará, inclusive, com opção vegetariana. Nesta quinta-feira (1°), por exemplo, o cardápio oferecia salpicão de frango, arroz, feijão, farofa, mandioca, batata palha e uma fruta. Na refeição da noite serão servidas almôndegas ao molho.

A região nordeste acompanha a tendência de valores acessíveis e nas unidades do Piauí e Ceará, estudantes pagam R$ 0,80 pelo almoço. A diferença é que no último estado, inscritos em cursos de pós-graduação têm acréscimo de R$ 0,50. Ainda no Nordeste, o “bandejão” sai a R$ 1,25 no Maranhão.

Na região Sul, universitários do Rio Grande do Sul pagam R$ 1,30 para comer, mesmo preço praticado no Paraná. Em Santa Catarina, R$ 1,50.

No Rio de Janeiro, a refeição custa R$ 2, Rio Grande do Norte R$ 4, Espírito Santo R$ 5 e Minas Gerais, R$ 5,60. O maior valor encontrado foi na Paraíba, onde o almoço é vendido a R$ 10,57. Preços que ainda são menores que os R$ 15,01 da UFMS.

“Resolvia minha fome”

O restaurante da Universidade Federal do Paraná é um dos mais elogiados. Lá, residentes de medicina e bolsistas de programas sociais são isentos e podem comer de graça. Estudantes matriculados em qualquer categoria acadêmica, inclusive na pós-graduação, pagam R$ 0,50 no café da manhã e R$ 1,30 no almoço e janta.

Pela regra, professores, servidores, terceirizados e estagiários pagam valor integral, R$ 4,65 no café da manhã, R$ 11,80 no almoço. Mesmo um pouco mais caro, os últimos preços ainda são R$ 3,19 mais baratos que os praticados na UFMS.

Nas redes sociais, é possível encontrar diversas publicações de estudantes elogiando o serviço. “R$ 1,30. Eu te amo UFPR”, postou uma acadêmica ao mostrar prato com estrogonofe de carne, batata chips, arroz e salada. Na mesma foto, relato de pessoas pontuando a importância de ter as refeições com preços acessíveis. “O restaurante universitário salvava minha vida! Eram as únicas duas refeições que eu fazia”, comentou um ex-acadêmico. “Jamais esquecerei que resolvia minha fome”, relatou outro.

Acadêmica posta refeição vendida na universidade do Paraná. (Foto: Reprodução / UFPR)

Na universidade Federal de Brasília, estudantes de graduação e pós-graduação inscritos no Programa Assistência Estudantil têm 100% da alimentação subsidiada pela unidade. Aqueles com renda per capita superior a 1,5 salário pagam R$ 2,85 no café da manhã e almoço e R$ 6,10 no jantar. Para servidores e público em geral as mesmas refeições custam R$ 7,05 e R$ 15,20 respectivamente.

Em Cuiabá, a histórica se repete. Quem participa de programas de assistência acadêmica tem três refeições diárias financiados pelo Pnaes (Plano Nacional de Assistência Estudantil). O restante dos alunos de graduação, pós-graduação e educação a distância pagam R$ 1,00 no café da manhã e R$ 2,50 nas duas últimas refeições. O valor integral dos pratos é R$ 4,50 no café e R$ 15,80 no almoço e jantar. Na UFMT, estagiários têm 50% de desconto.

Três vezes mais caro

No início do ano, aumento que deixou o valor do prato feito três vezes mais caro revoltou alunos e gerou onda de protestos na UFMS. De R$ 4,50, o preço cobrado foi para R$ 15.

O RU da Cidade Universitária tem capacidade para servir 3.500 refeições por período, e atende das 10h30 às 14h, de segunda a sábado, para o almoço, e das 17h30 às 20h, para o jantar, de segunda a sexta-feira.

O Jornal Midiamax questionou a Universidade Federal de Mato Grosso do Sul sobre os valores aplicados e não recebeu retorno até a publicação da reportagem. O espaço segue aberto para posicionamento.

*Matéria editada em 17 de agosto de 2023 para correção de informação.

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