‘Trend do corretivo’ viraliza entre alunos e deixa escolas de Mato Grosso do Sul em alerta
Vídeos mostram alunos utilizando pó de corretivo para simular uso de drogas; saiba como orientar filhos
Gabriel Neves, Graziela Rezende –
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As trends se tornaram a nova moda da internet, pequenos desafios compartilhados que, normalmente, geram milhares de visualizações. Uma das últimas a ganhar notoriedade foi a ‘trend do corretivo’, em que alunos inalam pó de corretivo no intuito de simular estarem utilizando entorpecentes.
Os vídeos surgiram em uma rede comumente usada por pessoas de menor idade e rapidamente se espalhou para outras mais amplas. O assunto causou espanto para pais e colegas e colocou secretarias de educação de todo o país em alerta, inclusive em Campo Grande, onde ainda não há registros de que o desafio tenha ocorrido em salas de aula.
O assunto possui uma série de facetas e as motivações que levam uma criança a realizar tal trend são variadas, explica a mestre em psicologia, Luisa Freira. A profissional afirma que os pais necessitam ficar atentos ao que os filhos consomem na internet e dialogar sobre as questões que causam preocupação, sem medo de estar “apresentando o conteúdo”.
Luisa Freira afirma que o diálogo entre pais e filhos é a melhor saída para impedir que crianças e adolescentes sejam influenciados por trends da internet. “Alguns pais não têm uma expertise de como usar esses aplicativos. A melhor saída é o diálogo. Perguntar se na escola da criança os colegas estão fazendo o desafio ou a trend e também perguntar a opinião da criança, o que ela acha do assunto”, comentou.
A psicóloga explica que utilizar um método impositivo pode trazer efeitos contrários aos filhos e o ideal é, por meio do diálogo, apresentar os malefícios de realizar tal ato. “Os pais podem apresentar os problemas físicos de realizar o desafio e buscar entender o que eles [filhos] têm a dizer. Não é preciso apresentar o assunto de forma minuciosa, como fazer cada coisa, mas de uma forma geral e explicar”, comentou.
“Temos que entender o que está em jogo. É popularidade que a criança busca? Se for, o pai pode apresentar ou ajudar a apresentar outros caminhos para que ele ganha popularidade na internet sem precisar aderir a trends perigosas. Questione, ‘é assim que você quer ser visto?’. É preciso dar o direcionamento correto” finalizou.
Assunto já conhecido nas escolas
Em Campo Grande, a Semed (Secretaria Municipal de Educação) explica já possuir conhecimento da trend e afirma que qualquer ocorrência relacionada ao uso de drogas, lícitas ou ilícitas, ou substâncias tóxicas no ambiente escolar, a direção deve entrar em contato com os responsáveis pelos alunos envolvidos, adotando providências restaurativas que preservem o direito à Educação.
A secretaria afirma que casos ainda não foram registrados em escolas da Reme (Rede Municipal de Educação) e ressalta ações do Proerd (Programa Educacional de Resistência às Drogas e à Violência), coordenado pela Polícia Militar de Mato Grosso do Sul.
Em nota, a secretaria também relembra os deveres dos responsáveis sobre o assunto, que “devem ficar atentos aos conteúdos consumidos por nossas crianças e adolescentes em casa”, enfatiza.
A SED (Secretaria de Estado de Educação) também afirma não possuir relatos de casos onde crianças estariam participando da ‘trend do corretivo’ em escolas da REE (Rede Estadual de Ensino) e afirma monitorar e orientar os gestores sobre como proceder.
Sem casos nas delegacias
O delegado adjunto da Denar (Delegacia Especializada em Repressão ao Narcotráfico), Hoffman D’Avila, ressaltou que, até o momento, não soube de nenhuma denúncia na polícia envolvendo a questão do corretivo líquido.
No entanto, ele diz que a polícia está atenta a questões que estimulem o consumo de drogas, principalmente, quando envolvem menores de idade. Hoffman também relembra que os policiais civis realizam palestras em escolas da cidade sobre os perigos de envolvimento com o tráfico e até mesmo caso alguém pense em experimentar algo ilícito, já que isso pode acarretar grandes problemas para este indivíduo.
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