Em greve, servidores do HU pedem reajuste salarial de 24%
Categoria paralisa atendimentos parcialmente por tempo indeterminado
Karina Campos, Thalya Godoy –
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Servidores de todos os setores do Humap (Hospital Universitário Maria Aparecida Pedrossian) iniciam, nesta segunda-feira (26), greve por tempo indeterminado pedindo reajuste salarial de 24%. Os trabalhadores relatam falta de reajuste anual desde 2019. A unidade passa a atender apenas pacientes urgentes e emergentes.
Wesley Castro Gully, secretário-geral do Sinted–MS (Sindicato dos Trabalhadores de Serviço Público Federal de Mato Grosso do Sul), é técnico de enfermagem há 16 anos e atua há 7 no hospital. Os funcionários pedem correção salarial de 6% ao ano, pois está atrasado há quatro anos.
A negociação ocorre entre os servidores e a Ebserh (Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares), reguladora de atendimento. A partir da paralisação, 60% dos trabalhadores de assistência e médicos e 50% do setor administrativo cruzam os braços. Haverá escalas no período da manhã, tarde e noite. Os pacientes internados continuam sendo amparados, entretanto, das novas demandas serão recebidos apenas urgente e emergente.
“O município já foi notificado e vai transferir os pacientes não urgentes para outros hospitais. Em Dourados, não começa hoje, mas provavelmente nas próximas 24h. Vamos organizar um indicativo de greve”, disse.
Paralisam toda equipe de assistência de saúde, como enfermeiros, médicos, fisioterapeutas, administrativo e terapeutas, por tempo indeterminado até a negociação. Devem continuar normalmente trabalhadores terceirizados.
“Recebemos propostas absurdas, como modificar o adicional salubridade, deixar de ser em cima do salário base para o salário mínimo. No médico, por exemplo, passaria de R$ 4 mil para R$ 400, do técnico de enfermagem de R$ 1,3 mil para R$ 430, [redução] de 27% no salário do servidor”.
Ainda de acordo com Gully, a questão preocupa todo quadro de funcionários, já que algumas especialidades podem deixar de atender devido à desvalorização salarial na unidade. Cerca de mil trabalhadores atuam no HU.
“Funcionário disse que tinha um financiamento e não sabia como ia pagar se fosse aprovado. É muito triste a falta de reconhecimento pelo período da pandemia. A gente precisa ir para rua para ser reconhecido. A administração disse que entende [paralisação], que está tentando diálogo com Brasília”.
Técnico de enfermagem há 12 anos, Mauro Santos, de 45 anos, trabalha há cinco no HU e conta que foi infectado duas vezes por Covid-19, não deixando de servir no período pandêmico, por isso, pontua a inquietação da categoria quanto ao reajuste anual.
“Muito se falava da saúde na pandemia, e agora é difícil. A gente espera reconhecimento, aplausos são bem-vindos, mas reconhecimento salarial é essencial. Estamos pedindo reposição, retirar direitos adquiridos”.
A reportagem entrou em contato com o Humap e aguarda um posicionamento.
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