Proposta de aplicativo do município com lucro de 95% anima motoristas em Campo Grande
Categoria, em Campo Grande, ressalta que gasolina está cara e isso fez muitos desistirem da profissão
Graziela Rezende, Anna Gomes –
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A desistência de muitos motoristas de aplicativo, de circularem pelas ruas de Campo Grande, possui um só motivo: gasolina cara. Com isso, quem continuou a atender clientes, diz que saltou de 8 para 13 horas de serviços diários, caso queiram ter o mesmo lucro. Nesta quarta-feira (6), muitos deles compareceram em audiência pública, na câmara de vereadores e ficaram animados com a ideia de um aplicativo regional, com lucro de 95% para a categoria.
O evento ocorreu por cerca de duas horas, com a participação de dezenas de motoristas, enquanto que, no plenarinho, motoristas de ônibus coletivo participaram da primeira reunião da comissão de mobilidade urbana.
No caso do aplicativo, o vereador Ademar Vieira Jr., o Coringa (PSD), apresentou o projeto de lei 10.484/2622. Segundo ele, está é uma política municipal de apoio a motoristas de aplicativo e de mobilidade urbana, que está tramitando e deve fomentar a categoria. “É uma cooperativa que ficará responsável por gerir o aplicativo próprio e aí os motoristas lucrariam 95%, sendo os 5% usado para despesas da cooperativa”, explicou o parlamentar.
Sindicato da categoria fala que não quer monopólio
O vereador, ao falar sobre o assunto, também ressaltou o aumento dos combustíveis, fazendo os motoristas terem maiores despesas para trabalhar. O presidente do Sindimob (Sindicato dos Motoristas de Mobilidade Urbana), Diego Raulino, ressaltou que “a ideia é ótima” e ajudaria muito a categoria.
“Estamos tendo muitas despesas, muitos gastos com combustível e isso ajudaria muito a categoria. Só que não queremos algo que irá monopolizar a situação e por isso a prefeitura precisa investir e explicar bastante para o campo-grandense sobre isso”, argumentou.
Conforme Raulino, por conta destes problemas, muitos motoristas desistiram nos últimos meses. O motorista de aplicativo Leandro Correa de Lima é um deles. Atuando na área há 4 anos, ele alega que, com esta iniciativa, ganharia mais e reduziria a carga horária de trabalho.
“Muita gente desistiu com o aumento do combustível, tendo as despesas ainda do carro alugado. Acho que a iniciativa é ótima também, nós teríamos mais lucro e não o percentual de 70% para nós e 30% para a empresa, como ocorre com os aplicativos de agora. Atualmente, os motoristas aumentaram de 8 para 12, até 13 horas, se quiserem lucrar do mesmo jeito”, argumentou.
A secretária adjunta da Sidagro (Secretaria Municipal de Inovação, Desenvolvimento Econômico e Agronegócio), Maria Bethania Gurgel, ressaltou que, por se tratar de “uma ideia inovadora”, o projeto será estudado e passará por análise.
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