Professores decidem encerrar greve e pressionam por novo encontro com prefeita

Na quinta-feira (8), os profissionais da educação continuam sem trabalhar com cronograma de atividades

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Momento de votação na sede da ACP. (Foto: Thalya Godoy / Midiamax)

Após rodada de discussões e votação na sede da ACP (Sindicato Campo-grandense dos Profissionais da Educação Pública), professores da rede municipal de ensino decidiram pelo fim da greve a partir de sexta-feira (9). Às 13h de hoje (7), os servidores sairão em passeata até o Paço Municipal para pressionar por nova reunião da categoria com a prefeita Adriana Lopes (Patriotas).

Desde sexta-feira (2), parte dos professores deixou de trabalhar como maneira de reivindicar reajuste salarial de 10%, índice retroativo que está previsto em lei. 

Na quinta-feira (8), os profissionais da educação continuam sem trabalhar com cronograma de atividades durante todo o dia. Se forem recebidos pela prefeita na tarde de hoje, retornarão à sede do sindicato na manhã de quinta-feira, para apreciar eventual nova proposta do Município. Caso não consigam um novo encontro com Prefeitura, participarão da sessão na Câmara Municipal. 

Já na tarde de quinta-feira, os professores farão ação e panfletagem nas escolas durante votação para definir os novos diretores das unidades. 

Pelo que ficou definido na assembleia de hoje, em tese, as aulas retornariam na sexta-feira (9), no entanto, por causa do jogo do Brasil na Copa do Mundo, o dia será considerado ponto facultativo, com dispensa dos estudantes.

Na segunda-feira (12), os professores voltam a se reunir novamente para deliberar sobre a continuidade ou não da greve. 

Ainda hoje, a ACP entrará com ação na Justiça, pedindo que o Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul reconsidere ordem que determinou imediata suspensão da greve sob multa de R$ 50 mil. Com a soma dos dois dias de greve mantidos após a sentença, o total da multa a ser pago pelo sindicato dos professores chega a R$ 100 mil. 

De acordo com o presidente da ACP, cerca de 103 escolas aderiram à greve e pouco mais de 80 não apresentaram informações concretas sobre a adesão.

Por que os professores entraram em greve?

Os professores da Reme entraram em greve no último dia 2 de dezembro, após recusarem a proposta de reajuste salarial de 4,78% mais R$ 400 de vale-refeição por 40 horas.

Os educadores pedem que a prefeitura cumpra com a Lei 6.796 de março deste ano que prevê o aumento escalonado do salário de 67% até 2024 para o piso de 20 horas. 

O texto prevê o reajuste da seguinte forma: 10,06% retroativo a fevereiro, 10,39% em novembro de 2022; 11,67% em maio/2023; 11,67% em outubro/2023; 11,67% em maio/2024; e 11,67% em outubro/2024.

Ordem da Justiça

Justiça de Mato Grosso do Sul determinou que a ACP (Sindicato Campo-grandense dos Profissionais da Educação Pública) suspenda a greve dos professores. A decisão foi publicada na tarde desta terça-feira (6) e pede ação imediata dos professores da rede municipal de Campo Grande.

“Não é justo e tampouco crível que, a poucos dias do recesso escolar, os estudantes sejam privados do ensino e tenham que repor aulas futuramente, inclusive às vésperas do ano-novo”, pontua. O desembargador Sérgio Fernandes Martins assina a decisão.

Além disso, o desembargador destacou que a greve causa ‘prejuízo não só aos alunos, mas também aos pais e tutores’. Então, destacou que “110 mil alunos da rede municipal de ensino que serão diretamente prejudicados com a paralisação, sem direito à educação, alimentação e a conclusão do ano letivo”.

Assim, os professores devem suspender a greve, que teve início na última sexta-feira (2). Foi fixada multa de R$ 50 mil caso a decisão seja descumprida, que deverá ser paga pelo sindicato.

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