70 famílias ocupam área pública no Los Angeles: ‘sem dinheiro para aluguel’
Famílias realizam a limpeza para erguer os barracos no lote durante a manhã desta terça-feira (7)
Wendy Tonhati, Karina Campos –
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Logo pela manhã desta terça-feira (7), cerca de 70 famílias iniciaram a limpeza de um terreno na Rua Brígida de Melo, no bairro Los Angeles, em Campo Grande. Sem condições de arcar com aluguel, alimentação e passando por necessidades, um grupo de pessoas decidiu ocupar o local para a construção improvisada com lonas, madeira e a esperança de ter um lugar para morar.
Segundo os representantes do grupo, eles chegaram ao local na segunda-feira (6), nesta terça começaram a limpar o matagal, rastelando o mato e ateando fogo no lixo. Eles ressaltam que o espírito é de união, pois enquanto um corta o mato, outro rastela, já que a expectativa é que até o fim do dia o lote esteja limpo e com boa parte dos barracos erguidos.
Uma equipe da GCM (Guarda Civil Metropolitana) esteve na área, conversando com alguns deles e informando que um representante da Amhsaf (Agência Municipal de Habitação e Assuntos Fundiários) chegaria para um diálogo.
Cristy Roni Araujo, de 41 anos, está desempregado, está no lugar por lutar por um pedaço de terra e viver com os filhos. Ele disse que orientou aqueles que já têm uma casa que deixassem o movimento e dessem espaço para quem realmente precisa. “Está aqui quem não tem lugar para morar. Ninguém está invadindo um terreno privado, mas da Prefeitura. Preferem que vire um lixão em vez de dar lugar para as pessoas morarem?”
Ele explicou que, quando chegaram, o local estava abandonado, com mato alto e reclamação de que a região era perigosa. “Só estava servindo para ajuntar lixo. Ninguém quer o terreno para vender, precisamos muito de um lugar para morar”.
Famílias desempregadas
A maioria dos ocupantes está desempregada. Sebastiana Aparecida da Silva, de 50 anos, é uma delas. Junto com a amiga Claudia Moreira, de 49 anos, que presta serviços gerais, conta que não conseguem se sustentar com o pouco que ganham e, sequer, têm como pagar conta de água, luz ou aluguel, além de não ter o que comer na geladeira.
“Ou desempregada, ou trabalhando, recebendo R$ 1,2 mil, não tem aluguel por menos de R$ 600, mais água e luz, mercado por R$ 300”, contabiliza Sebastiana. “O médico disse que preciso ter uma alimentação melhor, mas não tenho condições de fazer o que o médico pediu”, completa Claudia, que ainda está com sequelas da Covid-19.
A reportagem entrou em contato com a Prefeitura Municipal e aguarda um posicionamento sobre o atendimento aos moradores.
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