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Cotidiano

Mulher trans, Carla conseguiu oficializar nome social após 49 anos graças a estagiário em MS

Pedro, estagiário da Defensoria de MS em Rio Brilhante, atendeu Carla e ficou sensibilizado com a história
Arquivo -

Demorou 49 anos para Carla Marques Ramirez, mulher trans, moradora de Rio Brilhante, mudar seu nome social no registro de nascimento. Apesar da demora, a mudança chegou e graças à ajuda de uma pessoa na mesma condição. Pedro Antônio Santos Alencar, homem trans, estagiário da Defensoria de Mato Grosso do Sul na cidade, foi quem percebeu durante triagem em uma consulta processual e começou a ajudá-la.

Carla relatou que não possuía conhecimento da possibilidade de retificação, mas que isso era um sonho antigo. Ao ser informada, ela agendou o atendimento para solicitar a retificação ao Cartório de Registro Civil do local em que nasceu. Poucas semanas depois, a assistida compareceu na Defensoria para buscar a nova certidão de nascimento, que lhe foi entregue em mãos pelo estagiário Pedro.

Todas as providências adotadas pela Defensoria Pública foram extrajudiciais, não tendo sido necessário ingressar com nenhuma medida judicial para assegurar o direito de Carla.

“Pedro é estagiário voluntário desde 2018 e já havia tido seu nome retificado com o auxílio da Defensoria Pública em 2020. O atendimento humanizado prestado por ele na instituição reforça a importância da representatividade de pessoas trans ocupando espaços públicos e privados, bem como da assistência integral e gratuita prestada pela Defensoria Pública às pessoas hipossuficientes economicamente e em situação de vulnerabilidade”, destacou o defensor público Alberto Oksman.

Além disso, a defensora pública Kricilaine Oliveira Souza Oksman, completa que “a experiência de pessoas trans e travestis no Brasil é marcada por exclusões e violências institucionalizadas muitas vezes produzidas e reforçadas no espaço escolar, o que faz com que a grande maioria nem mesmo conclua o Ensino Médio”.

Por fim, Pedro conclui que: “Carla conseguiu sua retificação apenas aos 49 anos de idade porque eu estava aqui, ocupando esse espaço, e olhei seus documentos com sensibilidade. Assim, me sinto muito feliz e realizado ao levar a uma pessoa trans, como eu, a mesma alegria que senti quando retifiquei meu nome em 2020, também por meio da Defensoria, e em saber que, se eu não estivesse aqui, ela estaria fadada a viver o resto da vida com um nome que não lhe pertencia, destacando a importância da representatividade”.

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