Nos últimos 10 anos, mais de 245 mil brasileiros sofreram amputação de membros, conforme uma pesquisa da Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular, em junho deste ano. O que seria, em média, 66 pacientes por cirurgia ao dia, por vários motivos: acidentes, ferimentos ou doenças. Mas o que acontece com o membro amputado, ele pode ser enterrado no cemitério?
A amputação é o termo definido para retirada total ou parcial de um membro, método de tratamento para diversas causas, que deve ser encarada no contexto geral de tratamento, não como a única parte, cujo intuito é prover uma melhora da qualidade de vida do paciente. Nem se deve, já que é resultante de uma perda física com consequência emocional do paciente. Inclusive, O Ministério da Saúde disponibiliza de diretrizes de atenção à pessoa amputada, tanto durante como e após o procedimento.
A Santa Casa de Campo Grande, referência em cirurgias do tipo, pelo Hospital do Trauma, explica que o sepultamento do membro é uma opção, caso o paciente prefira, entretanto, não é um pedido muito comum da unidade. A formalização do enterro seria uma forma mais burocrática, já que o paciente deve providenciar o arranjo fúnebre.
“A Santa Casa possui contrato com uma empresa que é responsável por incinerar os membros amputados e esse serviço é acionado sob demanda, e não são muitas. E destacamos que caso haja interesse dos familiares e/ou dos pacientes em realizar o sepultamento da peça, eles solicitam os documentos necessários para as questões fúnebres no Setor de Patologia”.
Para se ter uma ideia da infrequência, já faz anos que nenhum paciente solicita o enterro do membro. Vale lembrar que não há um velório ou tipologia que remeta, mas sim a destinação do membro de maneira sanitária. No Brasil é proibido levar membros para casa após cirurgia de membro amputado, caso um paciente insista, pode ser autuado com base na Lei 6.437/77 e 12.305/10, que tratam a Política Nacional de Resíduos Sólidos.