Em busca de promoções anunciadas, diversos moradores de Campo Grande se dirigiram a uma unidade do Fort inaugurada nesta quarta-feira (2), na Avenida dos Cafezais, em Campo Grande. A procura incomum gerou frustração na maioria dos clientes que precisaram esperar até mesmo para conseguir um carrinho, além da limitação de produtos impostos pelo atacadista.

Antes mesmo de chegar ao local é possível perceber o grande fluxo de clientes formando uma fila de carros para adentrar ao estacionamento do atacadista. Foi necessária uma equipe da Agetran (Agência Municipal de Transporte e Trânsito) para controlar o trânsito. Já no interior do mercado, o movimento e filas são enormes.

Antes mesmo de iniciar as compras, é necessário aguardar em uma fila para conseguir um carrinho. “Estou na fila para pegar o carrinho faz 15 minutos, não esperava isso”, disse Julia Bert, de 25 anos. Aqueles que já guardavam as compras no carro, eram interrompidos diversas vezes por pessoas em busca de carrinhos.

Valquíria Maria dos Santos, de 42 anos, é uma dessas pessoas. No momento em que conversava com a reportagem, foi interrompida por uma cliente em busca de carrinho, mas acabou recusando o pedido, pois já havia prometido para outro rapaz. “Os preços estão bem em conta. Esse senhor que está do meu lado está esperando o meu carrinho”, comentou.

No interior do mercado, a fila para pagamento é longa. José Basilho, de 64 anos, já esperava há 1h na fila do caixa e, pelo tamanho, ainda iria demorar para pagar suas compras. “Todo mundo quer comprar barato, todo mundo sabe que o dia de hoje seria assim”, comentou o aposentado, que chegou ao local às 10h.

Corredores lotados dificultam circulação de clientes. (Foto: Leonardo de França/Midiamax)

 

Clientes também comentaram que o atacadista, com a alta demanda, passou a limitar a compra de alguns produtos como arroz, leite e costela bovina. “Eles falaram que estava com oferta, mas a promoção é mais na carne, o resto é mesmo preço”, disse Joares Marques, de 52 anos, após relatar ter chegado às 8h no local.

De acordo com o superintende do Procon-MS (Superintendência para Orientação e Defesa do Consumidor), Marcelo Salomão, o ato de limitar a quantidade de produtos que podem ser adquiridos pelo consumidor é ilegal. “O artigo 39 do CDC (Código de Defesa do Consumidor) determina que o fornecedor não pode condicionar a venda de produtos ou serviços a limites quantitativos sem justa causa, classificando essa prática como abusiva”, explicou Salomão.

A reportagem entrou em contato com a assessoria responsável pelo Fort Atacadista que afirmou que irá averiguar a situação.