No ano considerado ‘pós período crítico da pandemia’, o HRMS (Hospital Regional de Mato Grosso do Sul) enfrenta um aumento de 30% nos procedimentos cirúrgicos. O crescimento nos procedimentos reflete na disponibilidade de materiais e também no tempo de espera dos pacientes, que aguardam há mais de um mês na fila.

Por meio de nota, o diretor-presidente do hospital, dr. Lívio Viana de Oliveira Leite, explicou que, atualmente, o HRMS tem tido ‘excesso de procedimentos cirúrgicos’ por conta do aumento de pacientes que são encaminhados para o hospital.

“Isso ainda é reflexo da pandemia. Em 2019 a média de procedimentos cardíacos mensais eram de 103 cirúrgicos, 53 cateterismo e 23 angioplastias, no último mês de maio fechamos em 127 cirurgias, 69 cateterismo e 37 angioplastias”, revela o diretor-presidente do HRMS.

Leite diz que materiais comprados para o hospital em que deveriam durar 6 meses, não têm durado 4 meses. “Não podemos simplesmente comprar mais, pois as regras de compras governamentais não permitem”, explica.

O HRMS disse que tem compras emergenciais em aberto de materiais, mas que, mesmo emergencial, ‘demanda tempo’.

Paciente aguardando há um mês

Uma paciente está internada na unidade há mais um mês aguardando uma cirurgia para trocar uma válvula no coração. A sogra da paciente disse ao Jornal Midiamax que ela realizou uma cirurgia para o mesmo procedimento há um tempo, mas a válvula rompeu e uma nova cirurgia deveria ser feita.

“Ela está sofrendo muito lá. Falam que o hospital não está realizando cirurgia, que não tem verba, pedem vaga para outro hospital, mas não acha. Ela chegou a ter um quadro de depressão internada”, comenta.

A família acionou um advogado para que a cirurgia fosse autorizada na Justiça. Um documento, datado de 12 de julho, do Núcleo de Apoio do TJMS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul), dá parecer favorável à paciente para que a cirurgia fosse realizada. Ela espera desde então.

“Durante toda pandemia, enquanto fomos exclusivos na referência covid, nossos pacientes ficaram praticante sem atendimento. Estamos lotados de casos eletivos, não apenas cardíacos, mas de outras clínicas também e infelizmente a pandemia ainda tem um reflexo significativo no HRMS”, disse o drº Lívio Viana de Oliveira Leite.

A reportagem procurou a SES por meio de assessoria para questionar se o Governo do Estado prevê alguma medida para ‘desafogar’ as demandas do HRMS, mas até o fechamento deste material, não havia se posicionado. O espaço segue em aberto para resposta.