Mesmo com o decreto que põe fim na obrigatoriedade do uso da máscara, determinado pela Prefeitura de Campo Grande, nesta sexta-feira (26), moradores garantem que ainda vão permanecer com o EPI (Equipamento de Proteção Individual) na UPA (Unidade de Pronto Atendimento) da Vila Almeida.

Visitando a irmã que está internada, a costureira Ramona Arce, de 67 anos, opina que unidades de saúde são locais de grande risco de contágio. “Tem que usar [máscara]. É muito cedo [para fim da obrigatoriedade]. Falei com meu sobrinho hoje, não me sinto segura [de pessoas sem máscara], porque a saliva vai longe”.

Ramona
Romana afirma que usará máscara em locais de risco (Foto: Henrique Arakaki/Midiamax)

Diginner Rodrigues, de 23 anos, é vendedor, e foi à UPA visitar a mãe, também internada. Ele prossegue no entendimento de que o uso é importante em locais de aglomeração e cuidados de saúde.

“Independentemente de ser ou não obrigatório, eu acho importante usar pelo menos aqui dentro [unidade]; tem muita gente tossindo, vários tipos de vírus. Eu estava lá dentro de máscara. Acho que deveriam ter pensado um pouco mais [sobre o decreto], ali tem vários tipos de vírus e meio de contato. No meu trabalho não sou obrigado também, mas uso porque trabalho com o público”, disse.

A filha de 1 ano e 10 meses de Everaldo Romedo, frentista de 51 anos, está gripada e ele a levou até à unidade para atendimento. “Nos ônibus convive muita gente, você não sabe quem é quem. Para prevenir eu uso, no mesmo motivo uso nas unidades de saúde. Ainda não é a hora [de deixar de ser obrigatório]. Eu vou continuar usando”, opinou.

Everaldo
Everaldo procurou atendimento para filha gripada (Foto: Henrique Arakaki/Midiamax)

Fim da máscara

Decreto publicado no Diogrande (Diário Oficial de Campo Grande) desta sexta-feira (26), assinado pela prefeita Adriane Lopes (Patriotas), torna facultativo o uso de máscaras de proteção facial em Campo Grande. Na prática, a norma desobriga o uso dos EPIs (Equipamentos de Proteção Individual) não só no interior dos veículos de transporte urbano da Capital, mas também em unidades de saúde.

O decreto 15.357/22 revoga incisos da última norma até então vigente, de março deste ano, que liberava o uso dos EPIs, mas ainda tornava obrigatório uso em ambientes hospitalares e de atendimento à saúde público e privado, além do transporte coletivo e rodoviário. Dessa maneira, a partir de agora, o uso das máscaras torna-se apenas facultativo em Campo Grande.

Para a publicação da norma, o Executivo Municipal considerou “a redução expressiva do número de casos graves confirmados de covid-19, no município de Campo Grande e a queda da taxa de internação por covid-19 em hospitais públicos e privados”, além da cobertura vacinal em 84,86% de campo-grandenses com primeira dose, 79,42% com esquema completo, e mais de 40% de adultos com uma ou mais doses de reforço.