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Cotidiano

Em ônibus lotados de Campo Grande, passageiros não acreditam que seja o momento de tirar as máscaras

Jornal Midiamax foi até a região central e conversou com passageiros, já que a lotação é recorrente no transporte coletivo
Arquivo -
Foto: de arquivo, Midiamax

Dois anos de pandemia. Dois anos em que o brasileiro aprendeu, até certo ponto, a conviver com a doença: uso de máscaras, álcool gel, distanciamento e outras medidas. Em Mato Grosso do Sul, ultrapassamos 500 mil casos e 10 mil mortes. Só que houve o avanço da vacinação e aí surgiu a pergunta na comunidade científica: até quando é necessário o uso de máscaras? O Jornal Midiamax está acompanhando a situação e foi até a região central de conversar com passageiros, já que a lotação é recorrente nos ônibus, principalmente, neste período de volta às aulas. 

A cantora Mel Dias, de 23 anos, diz que o uso de máscaras é essencial. “A gente viu que o descuido, despreparo para enfrentar o vírus, tem grandes consequências. E agora, se a gente relaxar, as pessoas que não se contaminaram podem se contaminar e quem já pegou pode pegar novamente e vir a óbito. Então, vou continuar usando por conta da covid mesmo e até para evitar uma , por exemplo”, afirmou. 

A dona de casa Maria José, de 64 anos, diz que também usa o transporte coletivo com frequência e vai continuar usando a máscara. “Essa doença é muito perigosa, então, vou continuar usando até eu ter a certeza e confiança que terminou essa doença. Não me sinto segura ainda”, alegou. 

Gislaine Carvalho, de 40 anos, está desempregada no momento. Ela é favorável em não usar mais máscaras, no atual momento da pandemia. “Acho que pode tirar. As pessoas já estão vacinadas, já tomaram todas as doses, então, não tem motivo. Em lugar aberto não precisa mais usar, só em ambientes muito fechados mesmo, quem quiser. Em muitos lugares, as pessoas não usam mais”, afirmou. 

Na sequência: Mel, Maria José, Gislaine, Hilda, José Roberto, Edna, Dulceleide e Alexander. Foto: Nathalia Alcântara

 

A vendedora autônoma, Hilda Alves, também deu a sua opinião sobre o assunto. “Ao ar livre, eu já concordo. Carrego as máscaras na mão, já não uso. Só que, quando entro em uma loja ou ônibus, ainda uso. Acho que a gente já vacinou, todas as três, contra a gripe também, só que a gente nunca sabe onde esse vírus está”, explicou. 

O auxiliar de produção José Roberto Pereira, de 25 anos, diz que “todo mundo já está vacinado” e é favorável à retirada das máscaras. “Se a pessoa tiver a carteirinha de vacinação, nem precisa usar. Agora, se não tiver, já é bem mais complicado”, opinou.

A diarista Edna Regina Olagas, de 42 anos, acha que a máscara não deve mais ser obrigatória. “A maioria já quer a retirada. Acho que já chega. A maioria da população já tomou ao menos duas doses”, falou. 

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Foto: Nathalia Alcântara

A aposentada Dulceleide Soares de Souza, de 38 anos, diz que parou de usar o transporte coletivo porque há aglomeração e muitas pessoas não respeitam. “Agora já está mais tranquilo, controlado, todo mundo vacinou e está mais consciente do que está acontecendo. Em lugar aberto não precisa da máscara, mas, em locais fechados ainda devem sim”, argumentou. 

O tecnólogo em laboratório de engenharia civil, Alexander Gonçalves, de 37 anos, acha que a população ainda deve usar máscaras. “O vírus está aí e ainda precisamos ter mais consciência. No transporte público não tem como reduzir, porque o povo precisa. O certo era a prefeitura cobrar mais linhas de ônibus para a população. E, no caso das máscaras, acho que tem que continuar usando”, disse.

Capital está no nível amarelo, diz especialista

De acordo com o CDC (Centro de Controle e Prevenção de Doenças), o está há quatro semanas em nível verde, com baixa internação e baixa incidência para a Covid. A cidade do RJ definiu que máscaras não são mais obrigatórias. O infectologista da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) e professor da (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul), Julio Croda, explica que Campo Grande ainda está no nível amarelo, mas esse poderia ser um bom momento para discutir, sim, a flexibilização do uso das máscaras.

“A flexibilização deve ocorrer de forma gradual. Em ambientes abertos, depois em ambientes abertos com aglomeração, depois escolas e transporte público. E manter a obrigatoriedade nos serviços de saúde”, disse.

Croda pontua que determinar o fim do uso das máscaras nos ônibus deve ser o último local a ser discutido, justamente devido à grande lotação de passageiros diariamente nos ônibus.

“Primeiro deve-se avaliar os locais fechados sem aglomeração, depois os locais fechados com aglomeração. Essa é a lógica. Fazer de forma gradual sempre avaliando o impacto”, pontua.

Governo prepara regras para fim do uso de máscara em lugares fechados

Mato Grosso do Sul, após queda no número de casos de covid, está elaborando um documento com recomendações a serem encaminhadas ao Comitê do (Programa de Segurança da Economia e da Saúde), entre elas a flexibilização do uso de máscaras, agora em locais fechados.

Segundo o titular da SES (Secretaria de Estado de Saúde), Geraldo Resende, as medidas serão discutidas durante reunião e anunciadas para a população nos próximos dias. 

“Estamos tomando algumas medidas e elaborando um documento para encaminhar ao Comitê do Prosseguir. São recomendações que entendemos que, neste momento, são válidas. Alguns estados, por exemplo, acham precoce a retirada de máscaras, enquanto outros já tomaram decisões. Nós já abolimos em locais abertos e agora discutimos as medidas em locais fechados”, afirmou o secretário. 

MS caminha para tratar doença como endemia

Mato Grosso do Sul atingiu mais de 90% da meta vacinável, na última semana de fevereiro deste ano e caminha para tratar a Covid-19 como uma doença endêmica, algo que inclusive já é discutido em outros estados brasileiros e países do exterior. Atualmente, o novo coronavírus é considerado uma pandemia, quando a doença é encontrada em mais de um continente, com transmissão comunitária. 

“Nós tivemos a meta atingida e estamos discutindo com diversos gestores. Neste momento, temos especialistas apontando que doença deixará de ser pandêmica para endêmica, assim como é a influenza e outras doenças virais. Desta forma, a covid vai estar dentro do calendário de vacinas, como algo regular”, explicou Resende. 

Rio de Janeiro retirou obrigatoriedade das máscaras

Nesta terça-feira (8), um dia após a prefeitura do Rio de Janeiro se reunir com o comitê científico, foi definida a desobrigatoriedade do uso de máscaras em locais fechados. Com isso, o Rio se tornou a primeira capital do país a tomar a medida. O decreto foi publicado pelo prefeito Eduardo Paes.

 

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