Em Campo Grande, drag queen faz palestra para dar luz à contratação de LGBTs: ‘educar e comunicar’

Participaram do evento membros da comunidade LGBT+, fãs e admiradores da personalidade e autoridades do MPT e outros órgãos

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lgbt drag queen Rita Von Hunty
Drag queen Rita Von Hunty (Foto: Nathalia Alcântara/Jornal Midiamax)

A influencer e drag queen Rita Von Hunty está em Campo Grande, na tarde desta sexta-feira (21), para conscientizar contratantes e empresários sobre a importância da contratação de pessoas da comunidade LGTBQIA+ e sua inserção no mercado de trabalho.

“O que eu faço aqui hoje é instrumentalizar e oferece arcabouço teórico para que as pessoas sejam capazes de tomar dimensão da discussão que vamos fazer. Eu faço um trabalho de educar e comunicar. Educar e sempre formar um sujeito”, disse ele, que também é professor, em coletiva de imprensa.

A palestra, segundo Rita, é um meio de traduzir o tema para o mais diverso público e quebrar paradigmas. “[…] mostrar a importância de debater a inserção do LGBT no mercado de trabalho”, explicou a drag, que veio a convite do MPT-MS (Ministério Público do Trabalho de Mato Grosso do Sul).

Palestrante Rita Von Hunty
Palestrante Rita Von Hunty (Foto: Nathalia Alcântara/Jornal Midiamax)

Participaram do evento membros da comunidade LGBTQIA+, fãs e admiradores da personalidade e autoridades do MPT e outros órgãos públicos.

O subsecretário de Estado de Políticas Públicas LGBTQIA+, Leonardo Bastos, disse que o MPT tem a proposta de criar o Selo Social LGBTQIA+, para dar a empresas que contratam pessoas da comunidade. “Além de conscientizar outras empresas a adotarem a mesma prática, também vai informar o público onde procurar emprego”, explicou.

Geração de oportunidades para LGBTs

Conforme Bastos, a ideia é criar uma agenda de atividades para gerar oportunidas com empresários e órgãos do trabalho. “A expectativa e que esse grupo tão diverso e potente possa se envolver conosco para fazer as ações do dia-a-dia. É resultado de um longo trabalho”, disse o subsecretário.

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Palestra no MPT (Foto: Nathalia Alcântara/Jornal Midiamax)

Já para a procuradora -chefe do MPT, Simone Beatriz Assis de Rezende, o trabalho pode ser universalizado. “O Ministério do Trabalho tem várias frentes de trabalho. Uma delas é a promoção de políticas públicas, auxiliar parceiros para implementar a inclusão de todas as pessoas e diversidades possíveis”, comentou.

Também acompanhou a palestra a vice procuradora geral do MPT Nacional, Maria Aparecida Gugel. Para ela, o órgão trabalha para que haja equidade nas empresas e valorização da condição humana individual de cada pessoa.

“Quando nós valorizamos a condição humana, nós estaremos respeitando e dando dignidade aos trabalhadores LGBTQIA+”, disse. “O Brasil está em construção. Para que a gente faça que isso seja realidade, a gente tem que trabalhar e uma das formas do MPT é capacitar as pessoas. Esta é uma forma de capacitar, melhorar os argumentos”, continuou.

Estado conservador

Para o psicólogo e ativista João Vilela, MS ainda é conservador, principalmente no mercado de trabalho.

“Ela [Rita] é conhecidíssima por ter uma forma muito didática de explicar as coisas. Então ela fala o óbvio que todo mundo fica encantando. Para o nosso Estado que é tão conservador, especialmente no mercado para pessoas LGBT, ainda é inacessível e informal. Então espero que ela possa vir para conscientizar e abrir portas pra população LGBT”, opinou João, que é um homem trans.

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João Vilela foi um dos presentes na plateia (Foto: Nathalia Alcântara/Jornal Midiamax)

O influencer e membro da comunidade LGBTQIA+ Orlando Beraldo foi acompanhado no marido para aprender mais sobre o assunto, além de tietar a drag queen. “Acho ela de uma intelectualidade enorme e estou aqui para sugar tudo o que ela tem para gente”, começou.

“Eu acho o tema de extrema importância porque a gente precisa estar nos holofotes. Tenho uma empresa de marketing digital e eu quero contratar alguém; penso em contratar pessoas trans”, contou o influenciador. Além disso, a palestra também contou com manifestação cultural da drag queen Meriju Silva.

Programação

programação conta, ainda, com três painéis, mediados por especialistas nesta temática. A subprocuradora-geral, Maria Aparecida, inicia com painel que apresentará a “Política de Equidade” do MPT, e como ela aborda a temática LGBTQIA+ na instituição em todo o país.

Os painéis seguem com a apresentação, pela procuradora regional do Trabalho Adriane Reis de Araujo, do “Projeto Empregabilidade LGBTQIA+”, iniciativa do MPT que promove ações de qualificação e inclusão no trabalho daqueles em maior vulnerabilidade entre este público.

O subsecretário estadual de Políticas Públicas, Leonardo, encerra a rodada de painéis com a temática “Construção de uma agenda estadual para empregabilidade LGBT+”.

Denúncia

Segundo o MPT, órgão tem a missão de defender os direitos coletivos dos trabalhadores. Qualquer caso de preconceito ou não, no ambiente de trabalho, é possível fazer uma denúncia direta ao MPT, clicando neste link.

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