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Cotidiano

Dia Mundial da Anta reforça importância do animal para o meio ambiente; confira curiosidades

Conhecida como jardineira das florestas, as antas contribuem para a plantação de grandes árvores e para a conservação das florestas
Fernanda Feliciano -
Foto: João Marcos Rosa/Assecom IPÊ

O dia 27 de abril celebra o Dia Mundial da Anta, o maior mamífero terrestre da América do Sul. Há quem acredite que ser chamado de anta é ofensa, no entanto, a ciência aponta que a anta é um animal muito inteligente e com um número elevado de neurônios.

A falsa percepção de que a anta é um animal desinteressante interfere na luta pela conservação da espécie, segundo Patrícia Medici.

“Essa percepção errônea sobre a anta afasta o interesse das pessoas pela conservação de uma espécie que está na lista vermelha de ameaçadas de extinção como vulnerável, tanto na lista nacional (ICMBio/MMA – Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade) quanto na internacional (IUCN – União Internacional para a Conservação da Natureza). Afinal, com esta associação pejorativa, como as pessoas podem desenvolver um senso de orgulho por este animal?”, argumenta Patrícia.

No mundo, há 4 espécies de anta: anta-brasileira Tapirus terrestris, anta-da-montanha que vive nos Andes, anta-centro-americana e anta-asiática. Presentes no , na Amazônia, e Mata Atlântica, o mamífero exerce papel ecológico importante: conhecida como jardineira das florestas, as antas contribuem para a plantação de grandes árvores e para a conservação das florestas.

O biólogo José Milton Longo esclarece que a anta é responsável pela plantação de grandes matas do país. “Ela é até conhecida como jardineira das florestas, né? Pelo fato delas comerem as sementes e muitas sementes viáveis são dispersas por ela, principalmente das grandes árvores e das espécies nativas das nossas matas”, descreve.

De fato, como uma boa atleta, a anta percorre grandes distâncias, entre 3 km e 9 km por dia, levando sementes de um lugar para outro, de acordo com pesquisas da engenheira florestal, mestre e doutora em conservação de vida selvagem Patrícia Medici, em conjunto com INCAB (Iniciativa Nacional para a Conservação da Anta Brasileira) e um projeto do IPÊ (Instituto de Pesquisas Ecológicas).

Além de jardineira, a anta-brasileira fêmea também pode pesar até 300 kg, ter 2 metros de comprimento e 1,10 de altura. Herbívora, ela ingere entre 8 e 9 kg de alimento por dia — incluindo folhas, ramos, caules, brotos, cascas de árvores, plantas aquáticas e frutos, que correspondem a mais de 50% da dieta.

Nem tudo são flores

Para completar, as antas ainda podem ser consideradas como uma “espécie sentinela”, que nos alerta para os riscos presentes no ambiente onde outras espécies, animais domésticos e comunidades rurais vivem. Amostras biológicas das antas como tecidos e sangue demonstram um alto nível de agrotóxico no Cerrado do Mato Grosso do Sul, apontam as pesquisas de Patrícia, INCAB e IPÊ.

Outro fator preocupante é que as antas têm baixo potencial reprodutivo, pois seu ciclo reprodutivo é longo, com uma gestação de 13 a 14 meses e intervalos entre nascimentos de até três anos. Tal fato também impacta na conservação da espécie a longo prazo.

Sobre os riscos de extinção da espécie, José Milton Longo explica que os riscos se devem às atividades de caça, que atualmente são proibidas, a destruição das florestas, ambiente em que elas vivem e atropelamentos. Para minimizar o impacto na mortalidade dos animais, o biólogo afirma que é preciso fazer identificação dos locais onde mais ocorrem atropelamentos, bem como providenciar passagens de fauna para evitar acidentes. Para evitar a redução da população também é muito importante conservar as áreas de banhado, mata ciliar e áreas florestadas que são necessárias para a sobrevivência da espécie.

“O que podemos fazer também é direcionar políticas públicas para conservação, enfim, usar dos dados que já existem, como os pontos onde tem atropelamentos e fazer monitoramento dessas áreas. Tem ações que podem ser feitas, de efetividade, para ajudar na conservação da anta”, conclui José Milton.

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