Após as confraternizações de fim de ano, a procura por testes de covid disparou 150% em Campo Grande, conforme informações da Sesau (Secretaria Municipal de Saúde). Com isso, a fila em busca do diagnóstico cresceu no centro municipal de testagem e o tempo de espera chega a 4 horas em Campo Grande.

Na tarde desta terça-feira (4), foram distribuídas 880 senhas de atendimento no centro de testagem da UCDB (Universidade Católica Dom Bosco), quando antes do dia 20 de dezembro a média era de 150 senhas.

A enfermeira Lina Ribeiro trabalha no centro de testagem e esclarece que o tempo de espera para o atendimento no local dura cerca de 4 horas por conta da alta demanda. “Estamos sem saber o que fazer. Não esperava essa demanda toda”, relata. A profissional da saúde atribui essa procura acima da média às viagens de fim de ano, em que muitas pessoas entram em contato com outras que deram positivo para a Covid-19 e, consequentemente, precisam realizar o teste.

Lina conta que já houve caso em que 15 membros de uma mesma família foram testar ao mesmo tempo e explica que a superlotação no centro de testagem é preocupante “a gente sabe que no meio deles tem positivo”, e ressalta que os testes também podem ser feitos em postos de saúde, para evitar aglomerações. A enfermeira aponta que no mês de novembro de 2021, 1 a cada 3 testes deram positivo e que desde o início de dezembro de 2021 o número de casos cresceu consideravelmente, estourando a meta inicial de realização de 350 testes.

Conforme a Sesau, no dia 31 de dezembro foram realizados 568 testes, somente no centro de testagem localizado em frente à Praça do Rádio. A média diária de testes realizados nesta sede gira em torno de 150 a 200 em períodos normais. No entanto, a partir do dia 20 de dezembro a média subiu para 300 testes.

Relatos

Uma cuidadora que preferiu não se identificar relata que foi recém-contratada e que levou a idosa pela qual é responsável para fazer o teste, pois, a profissional que a antecedeu positivou para Covid-19 e está em estado de internação.

O ourives Marcelo Marcos Roberto, de 45 anos, relata que procurou o centro de testagem junto com seus três enteados após sua esposa positivar para a Covid-19. O ourives comenta que chegou às 12h56 no local e que se surpreendeu com a demora no atendimento “não esperava que demorasse tanto. Uma vizinha me disse que era muito rápido”.

A estudante de Jornalismo Maria Eduarda relata que também foi ao centro de testes na segunda-feira (3) e o local estava cheio “a minha senha era 652 e no telão ainda estava na 336. Eles pararam com a distribuição de senhas às 15h porque teve uma procura muito alta”. De acordo com a estudante, a responsável pela distribuição de senhas no local explicou que o número normal de senhas disponibilizadas por dia é em média de 300 a 350 senhas. “Antes das 15h já tinha passado das 600. Então houve uma procura muito grande pós-festas”, afirma. A jovem chegou ao centro de testagem às 14h30 e só conseguiu sair às 17h30 da tarde.