Quem quiser ver de perto uma exposição do acervo da FEB (Força Expedicionária Brasileira) em Campo Grande vai ter dificuldade de conferir os itens usados pelos pracinhas durante a 2ª Guerra Mundial. Isto porque depois que o Sesc Mello e Cáceres começou a funcionar no prédio histórico na Avenida Afonso Pena, a exposição se limitou a informações do Exército e uniformes militares. 

Conforme apurado pelo Jornal Midiamax, sobre os veteranos de guerra que lutaram na Itália, somente uma réplica do uniforme usado pelos militares e informações em um painel sobre o combate está exposto no local, onde funcionou o quartel da 9ª (RM (Região Militar), instalado em 1922.  

Uma parceria foi firmada em 2016 entre a diretoria regional do Sesc/MS (Serviço Social do Comércio), o CMO (Comando Militar do Oeste) e a 9ª RM para revitalização do prédio e sua transformação em espaço cultural. Com isso, grande parte o acervo dos pracinhas foi retirado do prédio. 

Objetos que fazem parte do acervo da FEB (Foto: Reprodução/ Jornalismo de Guerra)

 

‘Sumiço' de peças

Alguns itens que estavam expostos teriam sumido quando foram retirados do prédio, segundo levantamento feito pelo site especializado Jornalismo de Guerra. Conforme o site, o acervo teria saído de Campo Grande e realocado para a sala de exposição no 9º Batalhão de Engenharia de Combate, em Aquidauana. 

A investigação cruzou imagens de objetos que haviam sido fotografados em 2015 quando eles ainda estavam no espaço Mello e Cáceres com uma lista obtida pela reportagem com os itens que foram para o batalhão em Aquidauana. Mais de 65 itens fotografados não estavam na lista de materiais, como medalhas, uniformes, kit médico, jornais da época, placas, distintivos e etc – muitos desses objetos são considerados raros. 

O Jornal Midiamax questionou o CMO a respeito dos objetos, mas até a publicação da reportagem não havia dado retorno. Não há informações sobre o paradeiro dos objetos.

Veteranos 

Mais de 25 mil militares brasileiros lutaram na guerra, mas atualmente, segundo a AnvFeb-MS (Associação Nacional dos Veteranos da Força Expedicionária Brasileira), há somente quatro veteranos vivos em MS: Agostinho Gonçalves da Mota, de 96 anos, Januário Antunes Maciel, de 99, André Ragalzi, de 99, e Justino Pires de Arruda, de 101. 

Outros três ex-combatentes, que viviam em MS, morreram durante a pandemia do coronavírus. Antônio Fermiano, em 6 de abril deste ano, aos 98 anos, Isidoro Teodoro da Silva, que morreu aos 100, em outubro de 2020, e Divo Pires Peixoto, que também faleceu aos 100, em agosto do ano passado. 

Os pracinhas: Agostinho, Januário, André e Justino. (Foto: Divulgação/ AnvFeb-MS)

 

Dia da FAB e Aviador

A Ala-5 da FAB (Força Aérea Brasileira), que fica em Campo Grande, não terá programação em alusão a data. Tradicionalmente, a Base Aérea abria os portões para fazer exposições e a apresentação da esquadrilha da fumaça. Porém, assim como no ano passado, a comemoração foi somente interna. 

Em 2020, o dia foi celabrado com um Culto Inter-Religioso e uma Cerimônia Militar presidida pelo Comandante da Unidade, Brigadeiro do Ar Luiz Cláudio Macedo Santos. A leitura da Ordem do Dia do Comandante da Aeronáutica, alusiva ao evento, foi lida pelo Comandante da Ala 5.

Em seguida, foi entregue a Medalha da Ordem do Mérito Aeronáutico (OMA), a mais alta distinção concedida pelo Comando da Aeronáutica, ao Chefe do Estado-Maior da Ala 5, Coronel Aviador Mateus Barros de Andrade, e ao Suboficial Alexandre Henrique Chaves, por terem se distinguido no exercício de sua profissão.